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Projeto “Redes na Escola” contribui para minimizar insucesso escolar em Leiria

Em dezembro passado, foram sinalizados 270 alunos com retenção ou em trajetória de retenção nas escolas públicas do concelho. Passados seis meses, está a ser efetuado um novo diagnóstico.

Escola
Projeto, financiado pelo Portugal Inovação Social, terá uma duração de três anos letivos

Os alunos do 5.º ao 12.º ano das escolas públicas do concelho de Leiria sinalizados com percursos de retenção vão integrar o projeto “Redes na Escola: Dá o Salto!” com o objetivo de minimizar o insucesso escolar.

Criado num consórcio entre a associação InPulsar, a Câmara de Leiria (investidor social) e a Global Diáspora, o projeto teve início em setembro, partindo de um diagnóstico realizado no final de dezembro de 2023 em todas as escolas públicas de Leiria, onde foram sinalizados 270 alunos com retenção ou em trajetória de retenção. Passados seis meses, está a ser efetuado um novo diagnóstico.

Emanuel Pestana, assistente social da InPulsar e coordenador do projeto, financiado pelo Portugal Inovação Social, revelou que 30% dos jovens identificados são de origem brasileira, daí a parceria com a Global Diáspora, que poderá funcionar como mediação e quebrar barreiras.

“Queremos ser a ponte entre os autóctones e quem vem de fora, poder funcionar como um tradutor, porque, por vezes, há dificuldade em perceber como funciona a escola aqui”, explicou o líder da Global Diáspora, Geraldo Oliveira.

Segundo este brasileiro radicado em Leiria, “só no Agrupamento de Escolas das Colmeias, em cerca de mil alunos, 18% são estrangeiros e entre estes 80% são brasileiros”.

Emanuel Pestana assumiu que o programa tem a duração de três anos letivos e no final o consórcio espera ter conseguido uma redução de 25% no insucesso escolar. “Não queremos ser um projeto para números, mas, acima de tudo, para os alunos, trabalhando nesta trilogia: comunidade, escola e família. Acreditamos que se estes três vértices funcionarem bem, não serão precisas estas equipas”, admitiu.

“Chama-se “Redes na Escola: Dá o Salto!”, porque é isso mesmo que queremos implementar no jovem: que tenha a capacidade de dar o salto e que nós sejamos, de certa forma, o trampolim”, referiu Emanuel Pestana, ao reforçar que se pretende dotar os jovens dos 10 aos 18 anos de ferramentas para que eles “sintam motivação para dar o salto e que no futuro não precisem da equipa para continuar”.

A sinalização dos alunos que possam estar em risco de retenção é feita, sobretudo, pelos diretores de turma. O caso é analisado por uma equipa multidisciplinar – assistente social, educadora social, psicólogas – e se cumprir os requisitos passa a ter acompanhamento, sendo realizado um diagnóstico psicossocial e, em seguida, o plano de intervenção.

Emanuel Pestana adiantou que a intervenção assenta em três eixos, que foram definidos em conjunto pelos três parceiros, um dos quais é o acompanhamento individualizado social e ao nível da psicologia, com mediação social nos diferentes contextos.

Prevê-se ainda a ativação de redes comunitárias, que poderão ajudar a “fazer algumas pontes a nível artístico ou desportivo” e capacitar a comunidade escolar formal e informal para as “boas práticas, promoção ou sucesso educativo”.

“O objetivo é criar uma sinergia que consiga responder às necessidades do aluno, fazendo com que o projeto possa perdurar no tempo, após o seu final”, frisou Emanuel Pestana.

O “Redes na Escola” irá ainda disponibilizar um conjunto de 12 atividades, que serão adotadas durante o plano de intervenção, mas sempre adaptadas ao contexto de cada agrupamento. “Sendo um projeto de inovação, a inclusão da arte é uma forma de motivar e ultrapassar as dificuldades do aluno”.

Estas duas respostas permitirão adquirir outras competências. “Temos de perceber o que leva aquele aluno a não ter motivação para estar na escola e perguntar-lhe o que gostaria de fazer na escola. Se conseguirmos proporcionar isso seria excelente”, relatou, explicando que a arte, tal como o desporto, pode surgir em articulação com a comunidade, mas também nas escolas, através do artista residente de cada agrupamento.

A Câmara de Leiria já tinha uma resposta, mas apenas para as crianças do 1.º ciclo através do Plano Intermunicipal de Promoção do Sucesso Escolar (PIPSE).

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