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Saúde

Utentes de Leiria alertados para irem à urgência só com encaminhamento

Projeto nacional “Ligue Antes, Salve Vidas” pretende tornar as urgências mais eficientes.

Foram instalados telefones nas entradas das urgências do hospital de Leiria para os utentes ligarem para a Linha Saúde 24 Foto: Joaquim Dâmaso

Os utentes da região de Leiria só irão aos serviços de urgência com encaminhamento de outros profissionais de saúde, a partir desta terça-feira, alertou ontem a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL).

Lançado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), o projeto nacional “Ligue Antes, Salve Vidas” pretende tornar as urgências mais eficientes, garantindo a melhoria da qualidade na prestação de cuidados e o tempo de espera para atendimento.

A diretora do serviço de urgência geral de Leiria, Paula Helena, destacou que os cuidados hospitalares são diferenciados, pelo que as urgências “só atenderão doentes com referenciação clínica ou em situações de urgência e emergência”.

A entrada nas urgências é agora garantida através da referenciação da Linha Saúde 24, Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), cuidados de saúde primários, profissionais médicos com declaração escrita ou instituições de saúde pública ou privada.

Assim, qualquer doente que chegue a um dos serviços urgentes dos hospitais de Alcobaça, Leiria e Pombal será aconselhado a ligar para a Linha Saúde 24 (800 24 24 24), sendo impedido de fazer a inscrição imediata. Se a situação clínica não for urgente, o utente é encaminhado para uma consulta nos cuidados de saúde primários no próprio dia ou no dia seguinte, independentemente de ter médico de família ou não.

O presidente do conselho de administração da ULSRL, Licínio de Carvalho, sublinhou que em 2023, o SNS registou 6,3 milhões de episódios de urgência. Paula Helena revelou que em Leiria cerca de 30% dos doentes triados até setembro de 2024 são não urgentes. Em Pombal verificaram-se 48,05% falsas urgências e em Alcobaça 40,62%.

Para os primeiros seis dias do projeto estão já asseguradas 500 vagas nos cuidados de saúde primários para marcação de consultas, divulgou a vogal executiva, Alexandra Borges.

A diretora clínica dos cuidados de saúde primários da ULSRL, Denise Velho, precisou à agência Lusa que nesta fase inicial, estas consultas da doença aguda são asseguradas pelos médicos reformados ou em prestação de serviço afetos ao projeto ‘Bata Branca’.

No entanto, a partir do dia 12 de dezembro, todas as unidades de saúde da ULSRL vão ter vagas destinadas aos encaminhamentos do SNS 24. “O objetivo é ir aumentando as vagas progressivamente. Queremos os doentes no sítio certo e diminuir o tempo de espera nas urgências”, reforçou à Lusa Catarina Faria, diretora clínica dos cuidados de saúde hospitalares.

“Este projeto pretende ser uma resposta de proximidade às necessidades assistenciais em situações de urgência, para que exista maior eficiência e qualidade, otimizando os recursos existentes. É uma forma de regular o acesso”, reforçou a diretora da urgência.

Denise Velho sublinhou que “a mensagem é: se tem um problema de saúde e precisa de ajuda ligue antes para o SNS 24”. O próximo passo será ter resposta a situações agudas através de consultas abertas por especialidade, sobretudo, para doentes crónicos, que sofrem uma agudização.

Este projeto inclui também a urgência pediátrica. O Governo lançou a linha SNS Criança, onde estão enfermeiros especialistas em pediatria, que têm melhor capacidade para triar os sintomas, explicou o diretor do serviço de pediatria João Agro. No entanto, o pediatra salienta que crianças menores de 12 meses devem ir ao serviço de urgência, pois “é muito difícil transmitir nos primeiros 12 meses de vida os sinais de alarme”.

Mas, reforçou João Agro, a maioria das situações na urgência pediátrica “só necessita de autocuidados”.

Além das diferentes campanhas, que incluem envio de sms (serviço de mensagens curtas) e emails, o projeto irá ser apresentado em várias freguesias para ajudar a informar os utentes dos novos procedimentos.

Doentes menos graves desviados das urgências para centros de saúde no Oeste até fim do ano

Os doentes menos graves vão ser desviados “até ao final do ano” das urgências hospitalares para os centros de saúde da região Oeste, anunciou hoje a administradora da Unidade Local de Saúde (ULS) à agência Lusa.

“Esperamos até ao final do ano estar em condições de avançar com este projeto que, acima de tudo, visa dar uma melhor resposta aos doentes, encaminhá-los para a melhor solução para a sua situação clínica, com menos esperas e não sobrecarregando os serviços de urgência”, disse Elsa Baião à agência Lusa.

A ULS Oeste vai aderir ao projeto “Ligue Antes, Salve Vidas”. Deixam, por isso, de receber doentes a quem até aqui era atribuída uma pulseira verde ou azul (menos graves), como sejam infeções respiratórias ligeiras, infeções urinárias ou gripes.

“São situações que não exigem uma urgência e que podem ter o atendimento médico necessário sem longas horas de espera e sem se sujeitarem a estar num ambiente naturalmente contaminado, como uma urgência hospitalar”, frisou a presidente do concelho de administração da ULS Oeste.

As consultas nos centros de saúde terão de ser realizadas até 48 horas depois do telefonema para a Linha SNS24.

São excluídos destes critérios os doentes acamados, com patologias clínicas com mais de 70 anos ou menos de um ano de idade.

“Ninguém vai barrar a entrada nas urgências, vamos tentar encontrar uma solução que seja mais adequada para a situação clínica de cada doente, ou seja, as pessoas podem entrar na mesma se tiverem critério hospitalar ou se não houver solução nos cuidados primários naquele dia ou no dia seguinte”, assegurou a gestora hospitalar.

Nas urgências de Torres Vedras e Caldas da Rainha, os doentes a quem são atribuídas pulseiras verdes e azuis (menos graves) correspondem a 30 a 35% do total de doentes atendidos na urgência de adultos e de 70% na urgência pediátrica.

Elsa Baião referiu que “não está definida uma meta concreta de redução” dos doentes com pulseira azul e verde nas urgências hospitalares: “temos que ir avaliando aos poucos e também de acordo com a nossa capacidade de resposta”.

A administradora da ULS admitiu existirem “grandes dificuldades” relacionadas com a falta de médicos, com 46% dos utentes dos centros de saúde da região sem médico de família atribuído.

Para implementar o projeto, “estão previstas mais horas de trabalho de médicos de clínica geral, de medicina geral familiar”, através de horas extraordinárias ou contratação de horas a médicos prestadores de serviços para consultas presenciais ou teleconsultas.

“Claro que pode haver aqui um crescimento de custos nesta vertente dos cuidados primários, mas isto vai implicar uma diminuição de encargos e, acima de tudo, de sobrecarga de trabalho nas urgências hospitalares, o que é muito positivo”, esclareceu.

A Unidade Local de Saúde do Oeste agrega, desde o início deste ano, o Centro Hospitalar do Oeste (que inclui os hospitais das Caldas da Rainha e Peniche, no distrito de Leiria, e de Torres Vedras, no distrito de Lisboa), o Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste Norte e o Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste Sul.

No conjunto integra os concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral e Peniche, no distrito de Leiria, e de Lourinhã, Cadaval, Torres Vedras e Sobral Monte Agraço, no distrito de Lisboa, com uma população de 235 mil habitantes.

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