“As quedas nos idosos são responsáveis por cerca de 40 mil fraturas ósseas anuais em Portugal, causando impactos profundos na qualidade de vida, autonomia e até na sobrevivência dos indivíduos”.
O alerta é da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) que relançou, no início deste mês, a campanha de prevenção “Não caia nisso”. A iniciativa visa sensibilizar as pessoas mais velhas para os riscos associados às quedas e apelar à adoção de medidas preventivas.
“A prevenção de quedas na população sénior é uma necessidade nacional. A queda e a fratura representam, para muitos idosos, o início de um processo de perda de independência e qualidade de vida. As consequências são não só físicas, como também emocionais e económicas”, alerta João Gamelas, presidente da SPOT, citado em comunicado.
Entre outras recomendações práticas para prevenir quedas no dia a dia, a campanha alerta, por exemplo, para a necessidade de desimpedir os corredores, livrando-os de tapetes, e instalação de luzes de presença.
No quarto e na sala, é também aconselhada uma boa luminosidade através de luz natural e luzes de presença à noite, a retirada de tapetes e carpetes ou a sua substituição por modelos antiderrapantes, bem como a eliminação de objetos espalhados pelo chão.
Já na cozinha, a SPOT considera importante garantir que seja um espaço de livre acesso livre com boa luminosidade e a ter cuidado com líquidos no chão e tapetes soltos. Recomenda ainda a instalação de barras de apoio na casa de banho, cuidado com líquidos derramados assim como a toma de banho sentado. “Ao tomar banho, não tranque a porta e tenha o telemóvel por perto, e durante o dia use o telemóvel pendurado ao peito”, recomenda ainda a sociedade.
40.000
Cerca de 40 mil fraturas ósseas entre a população sénior são registadas anualmente em Portugal devido a quedas, alerta a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) que recomenda medidas preventivas
A par destas medidas, os especialistas defendem a adoção de rotinas saudáveis, que incluam “mobilidade diária, uma alimentação equilibrada rica em vitamina D, hidratação e vigilância da medicação e da tensão arterial”.
Segundo os especialistas, “a consequência mais grave e mais frequente das quedas é a fratura, devido à diminuição da densidade óssea”.
“Qualquer fratura provoca um grande impacto na vida da pessoa, nomeadamente na perda da sua autonomia, e claro, após uma queda a pessoa tem receio de voltar a cair”, destaca a SPOT nesta campanha, realçando que a “tendência natural para o sedentarismo leva à diminuição da massa muscular”.