Chama-se “Futebol para Todos” e batiza a plataforma que está a ser desenvolvida graças a uma parceria entre o Centro de Investigação em Informática e Comunicações (CIIC) do Instituto Politécnico de Leiria e a empresa de telecomunicações NOS.
Esta é uma plataforma que “visa proporcionar às pessoas cegas ou com reduzida acuidade visual, a experiência de assistirem a jogos de futebol através da televisão, mediante a utilização de tecnologia de espacialização do som para traduzir as ações do jogo”, explica o politécnico em nota enviada para as redações.
O desafio foi lançado por uma associação de apoio a pessoas cegas, que propuseram a criação de uma forma de assistir a partidas de futebol na televisão sem depender exclusivamente dos relatos subjetivos dos comentadores desportivos.
A NOS, nota igualmente o politécnico, tem explorado diferentes formas de usar tecnologia para apoiar comunidades com necessidades especiais em Portugal. Há cerca de um ano, na sequência de um ‘brainstorming’ realizado com o CIIC do Politécnico de Leiria, surgiu este desafio.
O Politécnico de Leiria adianta que o projeto também está aberto a parcerias com associações que queiram colaborar no programa piloto e revela que a versão final da solução está prevista para ser lançada na segunda metade de 2025.
“O ‘Futebol para Todos’ surge no seguimento da investigação e inovação desenvolvida no CIIC, direcionada a problemas reais e atuais, com especial impacto na sociedade e nas questões relacionadas com a acessibilidade”, explica Nuno Rodrigues, diretor do CIIC do Politécnico de Leiria e professor no departamento de Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPLeiria.
Para ajudar pessoas cegas ou com baixa visão a acompanhar jogos de futebol, a plataforma identifica automaticamente ações como passes, interceções, golos e tentativas de golo. Segundo adianta o Politécnico de Leiria, cada uma dessas ações é associada a um som específico, que é transmitido imediatamente e com uma sensação de localização no espaço. Isso facilita a compreensão do jogo pelos utilizadores com limitações visuais.
A espacialização sonora irá permitir perceber a posição da bola no campo e a sua distância em relação à baliza, criando um efeito tridimensional. Assim, o ouvinte sente que os sons vêm de diferentes direções e distâncias. Além disso, o som diferencia qual equipa que está com a posse de bola.
A baixa latência da tecnologia 5G é essencial para garantir que tudo funcione em tempo real, reforça a informação avançada esta semana pela instituição de ensino superior da cidade do Lis.
Esta nova aplicação está em fase de testes, disponível em formato de app para smartphones e Android TV, e continua a ser melhorada com base no feedback dos utilizadores.
