A primeira campanha “Fazer o bem olhando a quem”, dinamizada pelo REGIÃO DE LEIRIA, reverteu, no ano 2000, a favor do Centro de Acolhimento de Leiria (CAL), que presta apoio diário, incluindo refeições, a pessoas em situação de exclusão ou vulnerabilidade social.
Nos três anos seguintes, e, mais tarde, em 2012 e 2019, o CAL voltou a beneficiar da venda da edição de Natal junto da comunidade, empresas e entidades públicas. Toda a verba angariada (cerca de 34 mil euros) foram nesses anos aplicados na gestão e atividade diária da instituição e apoio direto aos utentes.
A coordenadora do CAL destaca a importância da campanha não só pelo apoio financeiro, lembrando que o projeto, já com 26 anos, é tutelado pela paróquia de Leiria e não recebe qualquer apoio estatal.
“O apoio do RL foi um dos pilares da nossa sustentabilidade e esse apoio foi imprescindível para a nossa intervenção”, adianta Edite Tojeira, dando ainda conta do contributo de outras empresas e entidades locais na melhoria das instalações.
A responsável sublinha também a visibilidade dada ao trabalho da instituição com estas ações, que, num “efeito bola de neve”, incentivam uma maior participação e responsabilidade coletiva.
“Nós tentamos ser o mais discretos possíveis, porque a exposição pública seria avassaladora para muitas das pessoas que nos procuram e estão fragilizadas pela condição de vida que têm. Mas estas campanhas ajudam a dar visibilidade ao nosso trabalho e até algum reconhecimento, e as pessoas acabam por se envolver e procuram-nos. E isso é excepcional”, reforça.
“O trabalho a nível social nunca pode ser isolado, nem uma ilha, nós não fazemos nada sem os outros. É certo que precisamos muito da predisposição do próprio para a mudança, é o catalisador de tudo, mas quanto mais pudermos apoiar melhor”, acrescenta.
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Para uma instituição que é da tutela da paróquia e não tem o apoio do Estado, o apoio da comunidade e, neste caso, da campanha de responsabilidade social do REGIÃO DE LEIRIA é um exemplo de como pode mudar vidas das pessoas de uma forma muito próxima
Edite Tojeira
Coordenadora do Centro de Acolhimento de Leiria
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No caso do apoio à Cercilei, os cerca de nove mil euros conseguidos com a venda da edição de Natal, no ano passado, reverteram a favor do novo lar residencial em construção nos Marrazes, uma necessidade premente há vários anos.
“Todos os contributos neste momento são canalizados quase na totalidade para o lar. Ao recorrer à banca, vamos ter um encargo mensal de sete mil euros, e tanto a Cercilei como os pais estão a envidar esforços, em contactos e organização de atividades, para conseguir levar isto a bom porto”, frisa Cristina Meireles, presidente da instituição.
A responsável detém-se, por outro lado, noutra vertente da campanha, e realça o envolvimento dos jovens utentes da Cercilei neste projeto, que possibilitou, com a venda de rua de jornais, um contacto direto com a comunidade.
Aponta ainda a visibilidade dada ao trabalho da Cercilei, por despertar o interesse de muitas pessoas em conhecer a instituição, e sublinha como “impensável não considerar hoje a comunicação social como um parceiro indispensável”.
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Além da ajuda financeira, que é importante porque os subsídios não são suficientes, não é menos importante o facto de ter envolvido os nossos utentes na venda de jornais pela cidade. Além de promover o contacto com a comunidade, foi mais uma forma de se sentirem cidadãos ativos e úteis à sociedade
Cristina Meireles
Presidente da direção da Cercilei
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“Um problema de todos”
Para Hugo Pena, presidente da delegação de Leiria da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), o montante angariado em 2017 (cerca de 7.100 euros) permitiu custear atividades lúdicas e sessões de fisioterapia e hidroterapia para os associados. Parte da verba foi ainda aplicada no reforço dos cabazes de Natal oferecidos aos utentes.
O responsável salienta também o contributo da campanha por dar a conhecer a intervenção da instituição, e lamenta que alguns doentes possam não recorrer à SPEM apesar dos apoios facultados em diversas áreas, como por exemplo na cedência de ajudas técnicas.
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Apesar do trabalho que nós fazemos, mesmo ao nível da divulgação, a informação não chega a toda a gente, inclusive a pessoas com esclerose múltipla. A campanha foi boa a nível da sensibilização, porque demos a conhecer a instituição e o trabalho que realizamos
Hugo Pena
Presidente da delegação de Leiria da SPEM
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Cerca de 16.600 euros foram angariados em duas edições da campanha do REGIÃO DE LEIRIA, em 2009 e 2014, a favor da associação Mulher Século XXI para apoio a vítimas de violência doméstica. A maior fatia (13.300 euros) foi investida nas obras iniciais da casa de emergência de Leiria, e o restante montante (cerca de 3.300 euros) foi direcionado para a linha de apoio à vítima idosa de violência doméstica.
Para Susana Pereira, presidente da instituição, tanto a ajuda financeira como a sensibilização decorrente da iniciativa têm sido essenciais para esta causa, ao potenciar uma maior procura e pedidos de ajuda por parte das vítimas. “Notou-se um aumento da procura, e ao mesmo tempo falou-se mais desta temática, que é um problema de todos”, destaca.
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Estes apoios são muito úteis e muito importantes. Por outro lado, a campanha permitiu dar destaque à temática da violência doméstica e visibilidade ao trabalho da associação. É extremamente importante que as pessoas se apercebam que a violência doméstica é um problema de todos nós
Susana Pereira
Presidente da associação Mulher Século XXI
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Em 2022, a Cáritas de Leiria-Fátima recebeu cerca de 6.900 euros, resultantes da adesão da comunidade à campanha solidária do RL. Nessa campanha, foram ainda angariados mil euros, que reverteram para a Cáritas de Coimbra que presta apoio ao concelhos do norte do distrito.
Na área da Diocese de Leiria-Fátima, a verba foi essencialmente aplicada na ajuda alimentar prestada às famílias sinalizadas e no apoio ao pagamento de algumas despesas correntes e escolares, medicamentos, óculos e deslocações para serviços de saúde. Uma fatia foi também canalizada para as colónias de férias e outros projetos de apoio social.
Segundo Ana Isabel Mota, presidente da instituição, todos os contributos, “por mais pequenos que sejam, são essenciais”, a exemplo da venda, a preços simbólicos, dos artigos disponíveis na loja social. Nos primeiros 11 meses do ano, a Cáritas apoiou 290 famílias, abrangendo cerca de 800 pessoas, e efetuou 676 atendimentos, sendo que qualquer ajuda prestada requer uma abertura de processo.
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A campanha [do RL] foi importante e toda a verba que entra tem sempre muito para onde ir. A Cáritas é uma instituição que não é nova, estamos aqui há muitos anos, mas às vezes é importante lembrar [a nossa ação], e nesta altura do ano, as pessoas ficam muito mais sensíveis às questões sociais”
Ana Isabel Mota
Presidente da Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima