E se o desafiassem a não beber álcool durante o mês de janeiro, a pensar na saúde do seu fígado?
O desafio volta a ser lançado pela Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) com o objetivo de consciencializar a população para a doença hepática alcoólica, que advém do elevado consumo de álcool.
Sob o mote “Em janeiro, liga-te à vida!”, a ação ocorre em vários países em simultâneo desde 2013, sendo este o quarto em que é promovido em Portugal.
“Com este desafio, queremos motivar os jovens e adultos a adotarem um estilo de vida mais saudável durante todo o ano. É particularmente preocupante o consumo de álcool entre os jovens, sobretudo no contexto da vida social e noturna”, alerta a APEF em comunicado.
Dados do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) indicam o registo, em 2022, de “40.465 internamentos hospitalares, com diagnóstico principal ou secundário atribuíveis ao consumo de álcool, envolvendo 30.301 indivíduos”.
Referem ainda que, em 2021, “morreram 2.526 pessoas por doenças atribuíveis ao álcool, 26% das quais por doença alcoólica do fígado”, destaca a associação, frisando que o elevado consumo de álcool traz graves consequências para a saúde, principalmente para o fígado.
“Entre as principais consequências estão a esteatose hepática, mais conhecida como fígado gordo, a hepatite alcoólica e a cirrose hepática. Além disso, há também consequências indiretas, como as provocadas por acidentes de viação, entre outras. Estas situações, se não forem tratadas ou prevenidas, podem causar danos graves à saúde e até levar à morte. É, assim, importante reforçar que viver sem consumir álcool é perfeitamente possível, sem que isso impeça as pessoas de se divertirem, relaxarem ou socializarem”, explica Arsénio Santos, presidente da APEF.
E acrescenta: “Os adultos devem ponderar sobre os seus comportamentos sociais e os impactos que estes têm na sua saúde, além de alertarem os jovens sobre os perigos e problemas associados ao consumo de álcool. Entre esses riscos, destacam-se situações de mal-estar emocional e comportamentos impulsivos ou arriscados, como a prática de relações sexuais desprotegidas”.