Estima-se que 90% das aves marinhas ingerem, em alguma altura da sua vida, plástico. Mesmo quando isso não acontece, estes resíduos ameaçam os seus habitats e capacidade de reprodução.
Para ajudar a combater esta problemática, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) aderiu ao LIFE SeaBil que está a ser desenvolvido na Reserva Natural das Berlengas, em Peniche.
O projeto arrancou em outubro de 2021 e recebeu agora um novo financiamento, o Prémio TransforMAR, do Lidl Portugal, no valor de 30 mil euros. A SPEA foi uma das três vencedoras entre as 38 candidaturas recebidas.
Critérios como alinhamento com o objetivo de proteção do oceano e ecossistemas aquáticos, robustez e capacidade de implementação, inovação e criatividade e qualidade da apresentação foram utilizados na escolha dos premiados.
O objetivo do LIFE SeaBil é criar uma rede transnacional de monitorização de aves marinhas arrojadas, que são recolhidas para centros de recuperação não só em Portugal, mas também em Espanha e França.
“A criação de um banco de tecidos irá fornecer dados de aves marinhas arrojadas, de modo a identificar as espécies indicadoras do bom estado ambiental deste grupo e das áreas costeiras”, lê-se na página de internet do projeto.
Foi também criada uma aplicação para telemóvel (ICAO SEO Birdlife) para que o público possa fornecer e consultar dados de arrojamentos nos três países. Além disso, o LIFE SeaBil promove cursos de formação para gestores e organizadores de limpezas de praia.
Através do projeto serão criadas ações de sensibilização para o público em geral sobre as problemáticas do lixo marinho e das aves marinhas nas áreas da Rede Natura 2000.