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Surdos têm dificuldades no acesso a serviços públicos

“No geral, a comunidade leiriense não está bem sensibilizada para criar acessibilidade aos surdos”, alerta Rui Costa, membro da Associação de Surdos da Alta Estremadura, numa carta aberta.

Associação representativa da comunidade surda associou-se à manifestação nacional realizada a 15 de novembro, junto à Assembleia da República Foto: ASAE

O meu nome é Rui Costa e sou um surdo leiriense e bidoeirense. No passado dia 15 de novembro, a comunidade surda de Leiria uniu-se à Federação Portuguesa das Associações de Surdos na manifestação junto à Assembleia da República. Nesse dia, assinala-se o Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa e fomos para Lisboa – Parque Eduardo VII e Assembleia da República – mostrar que temos voz e que precisamos de ser ouvidos e vistos.

Em Leiria, sentimos que os serviços públicos não estão aptos para nos receber, seja em algum serviço da Câmara Municipal de Leiria, seja na Loja do Cidadão, por exemplo. Foram mais de 400 pessoas aquelas que se manifestaram por uma acessibilidade real no acesso à informação e pelo fim das barreiras de comunicação.

Não temos acesso à linha SNS 24, existem barreiras de comunicação no acesso aos centros de saúde e ao hospital de Leiria. Também quando nos deslocamos à Loja do Cidadão não temos acessibilidade na comunicação em qualquer balcão que lá exista: Registos e Notariado, Finanças… Também na Câmara Municipal de Leiria não temos acessibilidade aos serviços, por exemplo, no balcão BUPi. São assuntos que é preciso tratar com seriedade, pois não há apoio para a comunicação da população surda.

No geral, a comunidade leiriense não está bem sensibilizada para criar acessibilidade aos surdos.

Mas existem barreiras quer em Leiria, como a nível nacional. A qualquer lugar onde seja necessário tratar de um assunto pessoal, não existe a acessibilidade na comunicação para esta população e, caso se pretenda ter acessibilidade, é preciso contactar um intérprete de LGP (Língua Gestual Portuguesa) e pagar do meu bolso. O Estado não dá qualquer apoio nesse sentido.

Por isso, sinto-me discriminado relativamente a outros cidadãos. Estas situações não contribuem positivamente para a minha saúde mental.

Rui Costa
Presidente Assembleia Geral da Associação de Surdos da Alta Estremadura ( Leiria)

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