Uma equipa de investigadores descobriu, na zona do Juncal, mais duas novas espécies de coníferas atribuídas à extinta família Cheirolepidiaceae.
Estas descobertas remetem para realidades da flora local de há muitos milhões de anos, durante o Cretácico inferior.
De acordo com Mário Miguel Mendes, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a primeira das novas espécies corresponde a um cone masculino, denominada Classostrobus doylei, no qual se observam pólenes de tipo Classopollis triangulus.
“Estes pólenes nunca haviam sido reconhecidos dispersos nas nossas palinofloras e estamos convictos de que, após a sua libertação assumiam uma forma esférica, não sendo possível detetar as pontes de exina”, revela.
A segunda espécie, denominada Frenelopsis callapezii, foi descrita com base nos caracteres morfológicos dos eixos caulinares da planta e nas suas características cuticulares. A equipa, que integra igualmente investigadores da República Checa, Rússia e Países Baixos, dá conta das suas descobertas em recentes artigos científicos.
Com base com os fósseis encontrados no local, os cientistas conseguem perceber que a flora do Cretácico inferior na região do Juncal era sobretudo dominada por coníferas e por fetos, ainda que também tenham sido encontradas plantas com flor.
Admite-se que há cerca de 100 milhões de anos, o Juncal era uma zona com condições de humidade relacionadas com um ambiente fluvial pouco profundo, mas também com a “ocorrência de habitats interiores mais seco, ainda que moderadamente húmidos, dominados por coníferas”, avança Mário Miguel Mendes, citado pela publicação Green Savers.