O Centro de Tratamento com dispositivos de perfusão subcutânea contínua de insulina (CT-PSCI) da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL) acompanhou, nos últimos cinco anos, a colocação de 139 dispositivos, 96 no âmbito do serviço de Pediatria e 43 pelo serviço de Endocrinologia.
Atualmente, a ULSRL segue 95 doentes com diabetes, entre os quais 55 crianças e adolescentes, que adotaram as bombas de insulina.
Já este ano, a ULSRL dinamizou o primeiro de quatro programas formativos previstos para o primeiro trimestre sobre as novas “bombas de insulina”. Destinadas às crianças com diabetes e aos seus cuidadores, as sessões visam transmitir ensinamentos teóricos e práticos sobre a colocação e utilização dos novos dispositivos.
Segundo explica Ester Gama, coordenadora do CT-PSCI, “nos sistemas integrados os utentes têm um sensor colocado no tecido subcutâneo que faz a leitura contínua da glicose intersticial e um sistema de perfusão contínua de insulina subcutânea (vulgarmente chamada ‘bomba de insulina’), não sendo necessário o utente picar-se para avaliar a glicose nem para administrar a insulina, em cada refeição”.
“A bomba recebe os valores da glicose que a monitorização envia a cada cinco minutos e, mediante esse valor e a tendência de subida ou descida, prevê o que irá acontecer nos próximos 30 minutos e atua para evitar baixas ou subidas na glicémia, para além dos valores pretendidos, de forma automática, sem interferência dos utentes”, acrescenta, citada em comunicado.
5.000
A APDP estima em mais de 30.000 as pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal, 5.000 das quais crianças e jovens. A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina
Bombas disponíveis nas farmácias
Entretanto, as bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1 já podem ser adquiridas nas farmácias, sendo comparticipadas a 100% pelo Estado. A sua prescrição está, no entanto, reservada a especialistas em medicina interna, endocrinologia e pediatria devidamente autorizados e identificados pelos centros de tratamento reconhecidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no âmbito da consulta onde o utente é acompanhado, segundo a portaria publicada em Diário da República a 31 de janeiro.
A medida visa “melhorar o desempenho do processo atual, e de modo a garantir o alargamento desses dispositivos a um maior número de utentes, a melhor celeridade no acesso por parte do utente, melhorar a monitorização da prescrição e dispensa por utente, bem como promover a sustentabilidade do SNS através do mercado concorrencial”, acrescenta o diploma, referido pela Lusa.
Segundo a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), a utilização destas bombas pode proporcionar uma melhor compensação, assim como uma redução em 80% do número de picadas nos dedos e em 95% do número de injeções que uma pessoa com diabetes tipo 1 tem de dar por ano, contribuindo para uma melhoria significativa da qualidade de vida.