Um jantar leve com apenas uma sopa de legumes é um hábito para muitos idosos, mas não oferece os nutrientes necessários para manter e recuperar a massa muscular que tende a diminuir com o envelhecimento do corpo.
Para prevenir ou desacelerar esta perda de massa muscular é fundamental consumir alimentos ricos em proteínas de boa qualidade, que ajudam a “reconstruir” e “manter os músculos”, explica o nutricionista Diogo Catita à Lusa.
A Sociedade Europeia de Nutrição e Metabolismo (ESPEN) recomenda um consumo diário de pelo menos 1 a 1,2 gramas de proteína por quilograma de peso corporal para idosos saudáveis e até 1,5 g/kg para idosos doentes ou com sarcopenia (alteração metabólica do idoso).
Membro do Conselho Geral da Ordem dos Nutricionistas, Diogo Catita esclarece ainda que, para os idosos com doenças crónicas ou a recuperar de uma cirurgia, a necessidade de proteína é ainda maior, sendo as refeições ligeiras pobres e insuficientes.
Além da proteína, também os hidratos de carbono, lípidos, vitaminas e minerais são cruciais para manter o funcionamento do organismo e prevenir deficiências, defende o especialista, que trabalha em lares da zona de Lisboa e Vale do Tejo.
A vitamina D e cálcio são, por exemplo, essenciais para a saúde óssea e prevenção de quedas, sendo boas fontes alimentos como laticínios, peixes gordos e ovos, enquanto os hidratos de carbono e gorduras garantem a energia necessária para as atividades do dia a dia. Já as fibras e líquidos ajudam a prevenir a obstipação, um problema comum na idade avançada, e é essencial beber cerca de 1,5 litros de água por dia, frisa.
Para um envelhecimento saudável é preciso dar ao corpo os nutrientes necessários, podendo estes ser acrescentados à sopa que faz parte da dieta mediterrânea baseada em alimentos frescos como vegetais e cuja principal fonte de gordura é o azeite de oliva.
Diogo Catita recomenda, por exemplo, a adição de alimentos ricos em proteínas nas, adaptados às dificuldades de mastigação e digestão frequentes no idoso, como carne ou peixe (bem cozido) desfiados ou leguminosas (lentilhas ou grão-de-bico) trituradas.
Também os ovos são opções práticas e proteicas para incluir em refeições diárias, assim como queijos frescos, iogurtes ou leite ao pequeno-almoço e lanches.
A ingestão de líquidos é essencial para compensar perdas diárias por respiração, transpiração, urina e fezes, e previne efeitos adversos associados à desidratação, sendo as frutas e sopas alimentos com elevado teor de água, reforça o nutricionista, ao mesmo tempo que alerta para o facto de os valores não serem iguais para todas as pessoas, podendo algumas patologias condicionar a ingestão hídrica, como em idosos com doença renal hemodialisados.