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Pombal

Movimento ambiental pede suspensão dos trabalhos no rio Arunca

Os Amigos do Arunca pedem a suspensão dos trabalhos para que seja respeitado o período de nidificação das aves. Alertam também para o impacto do uso de maquinaria pesada no local.

A intervenção tem vindo a decorrer em ambas as margens do rio, simultaneamente, e existem, em vários locais, “amontoados de matéria destroçada” Fotos: Os Amigos do Arunca

O alerta não é de agora. Há já vários meses que o movimento ambiental Os Amigos do Arunca tem chamado à atenção para os trabalhos de limpeza que estão a decorrer no rio Arunca.

Esta semana, após nova prorrogação dos trabalhos, aprovada em reunião de Câmara com votos contra da oposição, o movimento voltou a pedir a suspensão dos trabalhos, a fim de ser respeitado o período de nidificação das aves.

“Em fevereiro, costuma ter início o acasalamento e nidificação para a maior parte das aves em Portugal, terminando entre finais de junho e meados de julho”, sendo que a zona litoral de Portugal e em especial as zonas húmidas são “importantes áreas de nidificação” para as 300 espécies de aves migradoras.

No caso concreto da sub-bacia do rio Arunca, nomeadamente do corredor ribeirinho principal, foram registadas, em 2024, espécies nidificadoras como a garça-vermelha, goraz ou garça noturna e borrelho-pequeno-de-coleira, enumera o grupo.

Os Amigos do Arunca defendem que, apesar de ter sido apresentado um trabalho de limpeza, conservação, preservação e restauro com recurso a técnicas de engenharia natural, “grande parte dos trabalhos efetuados até ao momento foram feitos com recurso a maquinaria pesada e destroçadores de grande porte, contrariando as indicações da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”.

Além disso, a empreitada deveria acontecer “antes do período das chuvas, fora da época de reprodução da avifauna e ictiofauna locais”, o que não está a acontecer. Também “não foram preservadas a vegetação e a fauna autóctones, tendo sido verificada a ocorrência de corte de vegetação importante” e “houve, em grande parte dos trabalhos, corte total da vegetação arbustiva fixadora das margens”.

No entender do movimento, não foram tidos os cuidados necessários na intervenção, na medida em que foram “destroçados vários equipamentos domésticos (plásticos, esferovite e têxteis), difundido os mesmos em meio aquático”. E “não é evidente o aproveitamento da biomassa retirada”, existindo, em vários locais, “amontoados de matéria destroçada”.

Com o intuito de salvaguardar as espécies e cumprir com as normas do edital 01/2025 da APA, o movimento reforça a necessidade da autarquia parar com o uso de maquinaria pesada “durante a época normal de nidificação” e pede que, doravante, a intervenção seja acompanhada “pelas entidades responsáveis”.

Em resposta a estas questões, a vereadora Isabel Marto sublinhou, na última reunião de Câmara, que o período de nidificação “costuma ser em março” e que a situação está a ser clarificada com a APA.

O vereador Pedro Navega acrescentou que a prorrogação atual “é necessária”, para cumprir prazos, mas “pode ser suspensa” se necessário.

Recorde-se que a abertura do procedimento concursal para a reabilitação do rio Arunca foi aprovada a 18 de julho de 2024, com um prazo de execução de 60 dias. Os trabalhos arrancaram em outubro passado e abrangem um total de 97 hectares. A intervenção foi financiada pelo Fundo Ambiental e está a ser levada a cabo pela empresa E.Rio Unipessoal Lda.

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