O festival Música em Leiria traz na próxima semana um projeto especial à Igreja de S. Pedro: Noa Noa, um ensemble dedicado à música antiga, vai buscar o nome ao livro-diário de Paul Gauguin, de 1901, em que o artista descreve a experiência de um retiro na Polinésia francesa – um exercício que ficou marcado como ideal de liberdade criativa. Fundado em 2012 por Filipe Faria e Tiago Matias – ambos elementos do grupo Sete Lágrimas -, Noa Noa dedica-se à música tradicional e antiga da Península Ibérica.
É um projeto de redescoberta de repertórios e instrumentos históricos, como forma de iluminar o passado mas, também, servir de inspiração a compositores contemporâneos para novas obras, linguagens e estéticas.
Em quatro discos editados, Noa Noa partilha o resultado de anos de investigação e criação, compilando, preservando e divulgando um cancioneiro que é uma manta de sons em português, castelhano, mirandês, galego, asturiano, basco ou catalão, mas também canções sefarditas cantadas em ladino.
A Leiria, o agrupamento leva na quarta-feira, dia 2 de abril (19h30, entrada livre, M6), “Língua”, que inspirou os primeiros dois discos do projeto. Na histórica Igreja de São Pedro promete-se uma viagem entre o que há de mais comum e mais diferente na História da cultura ibérica.
A Filipe Faria (voz, chalumeau, percussão) e Tiago Matias (guitarra barroca, vihuela, tiorba), junta-se Baltazar Molina (percussão).