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Sociedade

Federação pede ao grupo do sector vidreiro BA Glass negociações para salários dignos

A greve dos colaboradores deste grupo empresarial começou ontem, terça-feira, e prolonga-se até à madrugada de sexta-feira.

Foto: FEVICCOM

A Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM) pediu hoje ao Grupo BA Glass, em cujas três fábricas decorre uma greve, negociações para salários dignos.

“A BA Glass tem aqui uma evidente demonstração da parte dos trabalhadores de protesto e, simultaneamente, de exigência de que a empresa negoceie, efetivamente, com o Sindicato [dos Trabalhadores da Indústria Vidreira], de que os aumentos salariais sejam dignos e que termine uma situação prolongada de pressão e assédio laboral (…) além de uma elevadíssima precariedade de vínculos laborais”, afirmou à agência Lusa a coordenadora da FEVICCOM, Fátima Messias.

Segundo Fátima Messias, o grupo “continua a ter muitos contratos a termo, contratos temporários de trabalhadores jovens que não conseguem encontrar estabilidade, nem boas condições de trabalho numa empresa que é profundamente rentável”, considerando ser possível a criação de “outras condições de trabalho”.

A paralisação nas unidades da Marinha Grande, distrito de Leiria, Avintes (Porto) e Venda Nova (Lisboa) do Grupo Ba Glass, “a maior empresa do sector do vidro de embalagem”, começou na terça-feira e termina na madrugada de sexta-feira.

“Fazemos um balanço muito positivo, em particular nas duas grandes fábricas da BA, na Marinha Grande, em que a adesão desde as 5 horas foi total, ou seja, a fábrica tem a produção paralisada por adesão total dos trabalhadores à greve, e na de Avintes, que é onde está situada a administração da empresa, onde houve também uma elevada participação e adesão à greve desde as 23 horas de ontem [terça-feira]”, referiu.

Já na fábrica da Venda Nova, a federação reconheceu que “a adesão não foi tão significativa até agora”, perspetivando, contudo, “uma adesão crescente ao longo do dia, particularmente no turno da tarde”.

Sobre as exigências dos trabalhadores, Fátima Messias salientou uma “efetiva negociação da contratação coletiva”.

“Há anos que na BA Glass o direito de contratação coletiva é posto em causa, porque a empresa aceita falar com o sindicato e a federação, mas negociar não”, adiantou, explicando que “este ano foi exemplo disso”.

A dirigente sindical esclareceu que “a empresa, na véspera de processar uma atualização salarial mínima”, informou que “não tinha ainda proposta para apresentar”, mas, “passados poucos dias, fez o processamento salarial unilateral, que deixou os trabalhadores, obviamente, indignados, porque não está de boa-fé”.

De acordo com Fátima Messias, representantes da Autoridade para as Condições do Trabalho deslocaram-se a fábricas do grupo, sendo que em Avintes “foi necessário chamar a GNR durante a noite, para fazer uma queixa, dado que a empresa não permitiu que o piquete de greve entrasse nas instalações”.

Para a federação, o Grupo BA Glass convive “muito mal com os direitos sociais e laborais que assistem aos trabalhadores”.

A greve no setor vidreiro começou na semana passada, na Marinha Grande, nas empresas Santos Barosa, Gallo Vidro e Vidrala Logistics, do Grupo Vidrala, para reclamar aumentos salariais dignos e a melhoria das condições de trabalho.


Secção de comentários

  • António disse:

    Fui professor 40 anos e posso afirmar que nem no tempo do Marcelo Queitano, as escolas e os professores foram tratados como vemos hoje.
    Isto é o que acontece por toda a Europa.
    A destruição dos sistemas públicos, para ser adquirido ao desbarato pelos privados, a intenção é clara da agenda de crise para depois aparecer alguém a lucrar….
    Democracia? só dos diabos….

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