Estive a ler atentamente os documentos do Politécnico de Leiria (IPL) justificando a criação de uma universidade Leiria-Oeste como elemento imprescindível para o desenvolvimento da nossa região. Tratou-se de mostrar a unanimidade à criação de uma Universidade em Leiria, cobrindo a região do Oeste.
No entanto, fiquei espantado de não ter encontrado uma avaliação da atividade do atual IPL, como por exemplo:
(i) Uma avaliação da oferta educativa pelo IPL na região, justificando a afirmação que “a instituição tem desempenhado um papel central na qualificação da população ativa, na ligação ao sector produtivo e na modernização das cadeias de valor regionais”.
(ii) Avaliação que a formação especializada e Ensino Técnico-Profissional está alinhada com as necessidades do mercado de trabalho “garantindo que os sectores-chave da economia dispõem de profissionais qualificados e preparados para a transição digital e ecológica”.
(iii) Avaliação do impacto da “ligação entre ensino e empresas”… que permitiu “que o conhecimento gerado seja aplicado à modernização dos sectores produtivos, aumentando a competitividade da região”.
A que juntava a necessidade de avaliar:
(iv) A entrada na vida ativa dos diplomados pelo IPL.
(v) O impacto que as outras instituições de ensino superior têm na região nomeadamente as de Lisboa, de Coimbra e de Aveiro.
Por último devo contestar a simples comparação entre o numero de doutorados numa região e o seu desenvolvimento pois, por exemplo, tal não se verifica em Coimbra.
Sem esta avaliação de caráter numérico parece-me que o “estudo” está incompleto e dificilmente apoia a criação da Universidade Leiria e Oeste.
Ricardo Charters d’Azevedo
