A lusodescendente Natália Luís, vice-presidente da M. Luis Construction, foi a primeira empresária portuguesa a entrar na Casa Branca com a nova administração.
Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos em novembro passado e que assumiu a posse no mês passado, reuniu esta semana com pequenos e médios empresários e entre os convidados estava a empresária, filha de emigrantes naturais de Vermoil, concelho de Pombal.
A empresária, em declarações à RTP, disse estar satisfeita pelo convite de Donald Trump no que respeita às preocupações económicas, contudo afirmou não concordar com a sua posição no que respeita a política de emigração. “Tenho orgulho da minha mãe e do meu pai. É muito fácil falar do tema da imigração e da incerteza que existe atualmente nos EUA para as pessoas entrarem no país. Não sei o suficiente [sobre a decisão] mas este país está criado por emigrantes, com emigrantes e o futuro do país vai ser com emigrantes”, afirmou.
Em novembro passado, a família esteve em Pombal, no dia do município, cerimónia em que o empresário Manuel Luís foi homenageado. Ao REGIÃO DE LEIRIA lembrou que a sua empresa, fundada há cerca de 30 anos e que emprega mais de 200 pessoas, na área da construção civil e produção de asfalto, tem trabalhadores de diferentes nacionalidades.
“Há afro-americanos, irlandeses, mexicanos, portugueses, guatemaltecos, venezuelanos, do Paquistão, Índia, Cambodja… Lá não há cores”, sublinhou Manuel Luís, não acreditando que Trump faça um muro ou crie grandes barreiras à imigração. “Ele não pode fazer isso. A América é um país feito de imigrantes e um pouco do sucesso é o facto de a gente olhar por todos”, frisou o pombalense que sempre procurou ajudar os imigrantes que lhe batiam à porta.
“Em momentos extremos, dizemos coisas extremas”, acrescentou Natália Luís, em novembro, quando o mundo se deparava com a eleição de Donald Trump, recordando que os Estados Unidos “são um sistema inteiro. Não é só uma pessoa”.
Já em setembro de 2013, as duas filhas de Manuel Luís, Natália e Cidália, estavam atrás do presidente Obama, quando este assinalou os cinco anos da falência do Lehman Brothers. Semanas mais tarde, viu o mesmo Barack Obama, “que é um grande senhor”, visitar a empresa que construiu e falar do seu percurso como um exemplo do sonho americano.
Fotos: Joaquim Dâmaso