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Sociedade

Cáritas de Leiria esclarece que nada tem a ver com congénere de Lisboa

Voluntários que colaboram no peditório anual da Cáritas de Leiria têm sido alvo do “modo agressivo, mal-educado e inconveniente como algumas pessoas se lhe têm dirigido”. Instituição lamenta a situação.

A Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima tem recebido queixas de  voluntários que colaboram no peditório anual da instituição, a decorrer esta semana na região, pelo “modo agressivo, mal-educado e inconveniente como algumas pessoas se lhe têm dirigido”.

A direção da instituição, que atribui “tal atitude” às notícias sobre “a situação vivida pela Cáritas Diocesana de Lisboa e a sua relação com uma herança que lhe terá sido destinada”, esclarece contudo que a situação nada tem a ver com a instituição de Leiria.

As verbas angariadas pelas Cáritas de Leiria destinam-se a compensar o saldo negativo com a gestão da Colónia de Férias da Praia do Pedrógão e apoio a famílias com dificuldades económicas, frisa o presidente da Cáritas
As verbas angariadas pelas Cáritas de Leiria destinam-se a compensar o saldo negativo com a gestão da Colónia de Férias da Praia do Pedrógão e apoio a famílias com dificuldades económicas, frisa o presidente da Cáritas

“A situação descrita nos meios de comunicação social nada tem a ver connosco”, frisa Júlio Martins, presidente da direção da Cáritas de Leiria numa nota de imprensa, além de considerar que “nada justifica as reações agressivas por parte das pessoas educadamente abordadas para contribuírem no peditório”.

Na nota enviada esta tarde, o responsável acrescenta que “as 20 Cáritas Diocesanas são totalmente independentes entre si” e que “a situação vivida pela Cáritas Diocesana de Leiria não tem qualquer semelhança com a de Lisboa”, nomeadamente no que toca ao seu património imobiliário.

Júlio Martins adianta que a instituição de Leiria possui apenas a casa da Praia do Pedrógão, destinada a proporcionar férias a crianças à beira-mar, maioritariamente oriundas de famílias carenciadas, e cuja “gestão é sempre deficitária”.

Compensar o saldo negativo deste projeto social é um dos objetivos do peditório anual, refere o responsável, adiantando que as receitas angariadas visam ainda responder aos pedidos de ajuda que chegam à instituição todas as semanas para “satisfazer necessidades primárias” de muitas famílias. Contribuem também para este apoio as verbas recolhidas com a operação “Dez milhões de estrelas” e “ofertas que vamos recebendo”.

Júlio Martins alerta ainda para o facto de, nos últimos anos, por força da crise e consequentes aumento de número de pedidos e diminuição das ofertas, os exercícios terem sido “deficitários ou praticamente nulos”. ~

O responsável teme ainda que “a situação de descrédito da ação social da Cáritas em que alguns meios de comunicação social embarcaram” irá refletir-se “na previsível diminuição de ofertas por parte dos cidadãos” que a ajuda dada aos mais carenciados “ficam seriamente prejudicadas”.

“Quem acaba por sofrer mais com esta campanha de desacreditação geral é o elo mais fraco da sociedade, os pobres”, sublinham, colocando à disposição dos interessados para consulta “as contas, relatório de atividades e demais documentação da Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima”.

As notícias a que Júlio Martins se reporta davam conta, na passada semana, da abertura de um inquérito por parte do Ministério Público quanto ao facto de a Cáritas Diocesana de Lisboa reter no banco cerca de 2,4 milhões de euros. Segundo a investigação do jornal Público, a direção da instituição, que possui ainda imóveis no valor de 1,4 milhões de euros, justificou essa “almofada financeira com a necessidade de acautelar o agravamento da crise económica e social”, mas o caso suscitou denúncias contra dirigentes da instituição.


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