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Sociedade

Proprietário cumpre ameaça e divide complexo de ténis de Leiria com rede

A colocação da rede a meio dos campos do Clube Escola de Ténis de Leiria obrigou hoje à suspensão de uma jornada do campeonato regional. Direção teme pelo futuro do CETL caso proprietário e Câmara não cheguem a entendimento.

Depois de ter cortado três dezenas de árvores junto ao Clube Escola de Ténis de Leiria (CETL), no final do ano passado, o proprietário de um dos terrenos onde foi construído o complexo desportivo dividiu esta manhã os campos a meio, com uma rede, impedindo a sua utilização.

A colocação da rede dividiu os campos de ténis e obrigou à suspensão de uma jornada do campeonato regional agendada para hoje

A vedação foi colocada cerca das 8h30, tendo a Câmara de Leiria chamado ao local a PSP que tomou conta da ocorrência.

O clube viu-se obrigado a suspender uma jornada do campeonato regional de ténis e teme a suspensão da sua atividade, incluindo o torneio Arco-Iris agendado para o próximo fim de semana, caso a autarquia e a empresa Moniz & Ribeiro, detida por Arlindo Lisboa, não cheguem entretanto a um entendimento. Em causa está um diferendo antigo entre a empresa e o município relativo ao referido terreno, com uma área de 22 mil metros quadrados (ver notícia de 29 de dezembro de 2016).

Apesar da suspensão do torneio desta manhã, Arlindo Lisboa deixou o clube utilizar dois campos de ténis e de padel para a realização de aulas, depois da intervenção do advogado da autarquia e do agendamento de uma reunião na Câmara na próxima segunda-feira.

Joaquim Dias, presidente do CETL, não esconde no entanto a sua preocupação. “A situação é grave, e se não houver uma solução na segunda-feira, pode haver uma paragem total da atividade do clube, com suspensão de aulas, competição e jogos internos”, disse ao REGIÃO DE LEIRIA.

Além dos prejuízos económicos para o clube, Joaquim Dias destaca ainda o “impacto social muito grande” caso a situação não se resolva, por deixar cerca de 150 alunos “sem alternativa”. “E não sei como vamos sobreviver”, desabafou, lembrando que o clube não tem fins lucrativos.

Depois do abate das árvores nos passados meses de dezembro e janeiro, Arlindo Lisboa – que reclama ser ressarcido por parte da Câmara do prejuízo que alega ter tido com a cedência do referido terreno a troco de uns lotes num projeto de loteamento que não se concretizou – comunicou em fevereiro ao clube que a utilização do espaço ficaria condicionada ao pagamento de IMI e imposto de selo no valor aproximado de 22.500 euros anuais, mas também dos impostos dos anos transatos e de uma renda mensal de 750 euros.

Valores que Joaquim Dias considera “absolutamente incomportáveis” para o clube, frisando ainda que a instalação do CETL naquele espaço decorre de um protocolo com a Câmara.

Martine Rainho
martine.rainho@regiaodeleiria.pt
Joaquim Dâmaso (Fotografias)
joaquim.damaso@regiaodeleiria.pt

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O presidente do CETL afirma-se muito preocupado e teme que a situação possa pôr em causa o futuro do clube

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