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Sociedade

Feirantes reúnem-se em Fátima com a crise no centro das preocupações

Feirantes de todo o país reúnem-se hoje, terça-feira, em Fátima, no 5.º encontro nacional. A crise deverá ser o centro das preocupações.

Feirantes de todo o país reúnem-se hoje, terça-feira, em Fátima, no 5.º encontro nacional. A crise deverá ser o  centro das preocupações.

“A crise deve preocupar qualquer português e, no caso dos feirantes, está em causa o sustento de muitas famílias”, afirmou Joaquim Santos, presidente da assembleia geral da Federação Nacional das Associações de Feirantes, convicto de que a “crise toca a todos”.

O responsável, que é presidente da Associação de Feirantes do Distrito do Porto, Douro e Minho, explicou que as feiras têm como clientes “as classes média e baixa, que são as primeiras a sofrer o impacto da crise”, pelo que estes comerciantes “sentem de imediato a crise”.

Joaquim Santos sustentou que, “embora se veja mais pessoas nas feiras”, tal não é sinónimo de maiores vendas.

“Não vendemos mais por haver crise”, declarou, apelando às autarquias que não “explorem” os feirantes com taxas elevadas de ocupação de espaços.

“Pedimos que tenham uma sensibilidade maior de não nos penalizarem neste momento difícil”, exortou o dirigente, considerando haver uma “discrepância muito grande de taxas de município para município”.

O responsável pediu também aos autarcas que “façam uma avaliação” das taxas aplicadas nas feiras, para que delas retirem apenas “o justo valor”, ao mesmo tempo que exige atenção às “condições de trabalho”.

“Este negócio tem sido um escape para muita gente que não consegue encontrar emprego”, acrescentou, considerando que “um incentivo ao trabalho era a descida das taxas”.

Joaquim Santos solicitou ainda aos responsáveis dos órgãos de soberania que olhem para as feiras e para os feirantes como um “elemento da preservação da identidade cultural nacional”, lembrando que as suas raízes remontam à Idade Média. Se assim for, “as feiras nunca perderão a sua importância”, observou.

O 5.º Encontro Nacional de Feirantes, que pretende assinalar o Dia do Feirante e no qual se espera a participação de cerca de mil pessoas entre feirantes e familiares, começa às 10h30 na Capelinha das Aparições do Santuário de Fátima com a celebração de uma missa de homenagem a estes comerciantes.

“Neste santuário vamos pedir saúde, força e vontade para, no dia a dia, superarmos as nossas dificuldades, que vão ser mais acentuadas nos próximos tempos”, referiu o responsável.

Segue-se um almoço e um convívio num restaurante da freguesia de Fátima que pretende ser também um espaço de troca de experiências e de discussão sobre o estado da actividade das feiras no país e as formas de o melhorar.

Segundo Joaquim Santos, existirão cerca de 35 000 feirantes no país, uma actividade que é, por norma, um negócio familiar.

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