A Câmara da Batalha vai investir 3,5 milhões de euros para reativar o complexo termal das Salgadas, na localidade de Brancas, projeto que pretende agregar as vertentes da saúde, bem estar e lazer, disse hoje o presidente da autarquia.
“O objectivo é lançar o concurso público ainda este ano”, afirmou à agência Lusa António Lucas, explicando que após o executivo ter aprovado o estudo prévio segue-se a elaboração dos projetos final e de especialidades.
O complexo termal das Salgadas contempla um edifício de dois pisos que, além dos balneários, vai dispor também de ginásios, gabinetes médicos, diversas salas de tratamento, hidromassagem e um SPA.
A obra vai nascer junto à actual unidade de cuidados continuados da Misericórdia da Batalha, pretendendo funcionar numa “lógica de complementaridade”.
“Para aproveitar sinergias e rentabilizar bem os dois equipamentos”, justificou António Lucas, acreditando que o investimento vai ser “mais uma alternativa ao turismo do concelho”.
“Trata-se do primeiro passo consolidado para o turismo residente e não turismo de passagem, muito característico da Batalha e que é fundamental inverter”, considerou o autarca.
As termas das Salgadas estiveram em funcionamento até à década de 50 do século passado, sendo as suas águas usadas sobretudo para tratamento de doenças das vias respiratórias e do reumatismo.
No âmbito do projeto de reativação das termas, a Câmara Municipal requereu o ano passado à Direcção-Geral de Energia e Geologia a atribuição da concessão de exploração de águas minerais, que foi aprovada por um período de 50 anos.
Antes, o município promoveu, durante 18 meses, “através de análises constantes”, a monitorização de um furo de água no local, num terreno com um hectare propriedade da autarquia.
“Foi efetuado um relatório por um médico hidrologista e foi obtido o parecer favorável da Direcção-Geral da Saúde”, acrescentou António Lucas, salientando que ambos “concluíram que a qualidade da água é excelente”.
O autarca adiantou que o investimento conta com um financiamento de um milhão de euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, verba que o “município não quer desperdiçar”, mas admitiu existirem algumas dúvidas sobre a possibilidade de a Câmara recorrer ao financiamento bancário.
“A 31 de dezembro de 2009 tínhamos 96 por cento de capacidade de endividamento disponível, o que eram boas notícias. Com a nova legislação, vamos ficar com possibilidade de endividamento zero”, explicou António Lucas, apontando ainda a impossibilidade de admissão de pessoal sem autorização da tutela.
“Para gerir um equipamento precisamos de pessoal”, referiu, questionando, a este propósito, onde “está a autonomia do Poder Local”.