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Cultura

Paisagens imaginárias de Nuno Gaivoto regressam para colorir Leiria

Falsos Paraísos #3

Quase um ano depois, os “Falsos Paraísos” de Nuno Gaivoto estão de regresso a Leiria. Depois da galeria Quattro, e também do Centro Cultural e Congressos (CCC) de Caldas da Rainha, o artista plástico acrescenta um episódio à demanda. “Falsos Paraísos #3” liga pontas entre as pistas deixadas na exposição “Luxumática” e os trabalhos mais recentes: uma combinação de paisagens imaginadas atravessadas por formas geométricas repletas de cor. “As pinturas mais antigas, de 2013, deixavam em aberto alguns caminhos que comecei a seguir nestes últimos trabalhos”, explica.

Esse diálogo foi sugerido pela disposição do espaço do Edifício Banco de Portugal, onde a exposição está patente até 4 de março. “Fazia sentido lá estarem”, sublinha. Novidade são também pinturas novas, já de 2018. “Vieram de algumas pinturas que fiz para o CCC. Há uma continuação e um desenvolvimento”.

De falso em falso paraíso, Nuno Gaivoto nega procurar um verdadeiro e concreto paraíso. “O que é um paraíso para mim, não é para outro, por isso o meu paraíso é falso”, nota o pintor, que sempre gostou de contradições, “tanto a nível pictórico como em jogo de palavras”. Na verdade, “nunca chegamos ao verdadeiro paraíso. É como dizer qual é o teu prato favorito, autor favorito ou filme favorito. Hoje é uma coisa, amanhã é outra e para o ano outra ainda. Estamos sempre em constante evolução, contradição e, em alguns casos, até em constante substituição. Por isso acho muito perigoso fazer uma tatuagem”.

A nova exposição em Leiria surge na sequência de um ano intenso a nível artístico e profissional. “Foi muito produtivo. Se 2018 for igual, já não é mau”. Com mais “Falsos Paraísos”? “Não sei se haverá um quarto momento, acho que não. Isto vai ter de me levar a outra coisa qualquer”. Com ou sem paisagens imaginadas, promete continuar a surpreender. “Estou sempre a misturar mais cor, mais matéria, mais opacidade, mais brilho e mais luz. É por aí que quero trabalhar”.

 

 

Manuel Leiria
Jornalista
manuel.leiria@regiaodeleiria.pt

Joaquim Dâmaso
Fotojornalista
joaquim.damaso@regiaodeleiria.pt

Nasceu em Tomar em 1975 e reside e trabalha em Ourém. Licenciou-se em Artes Plásticas na então ESTGAD, em Caldas da Rainha. Expõe regularmente desde 2000.

As diferentes salas do edifício do antigo
Banco de Portugal de Leiria constituem um
sistema onde gravitam mundos imaginados
pelo artista plástico. A exposição está patente até 4 de março.

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