É quase sempre assim. Ouvem falar da modalidade, experimentam a receio e depois não querem outra coisa. Marco, Bruno e Ricardo passaram pela experiência e estão a poucos dias de participar na maior competição mundial de kickboxing.
Marco Carvalho contactou pela primeira vez com o kickboxing, a convite de uma amiga. “Tinha receio e uma ideia diferente do que na realidade é”, diz. Hoje, além de atleta, também orienta treinos no Clube Dinamitw Warriors Factory (CDWF), na Marinha Grande, para alunos entre os 8 e os 40 anos.
Ex-jogador de andebol da Juve Lis, o kickboxer de 29 anos dedica-se ao desporto de combate há sete anos. Gosta da modalidade, tal como quem gosta de futebol ou andebol, diz. Ganhou elasticidade, aprendeu as técnicas e com o tempo adquiriu conhecimento e motivação.
É ele o principal responsável pela aventura em que vão participar os três atletas do Dinamite, da Marinha Grande, no início do próximo mês.
Habituado a acompanhar alguns atletas internacionais, via Youtube, descobriu a Irish Open, a maior competição mundial de kickboxing e com ela a vontade de participar.
“Gostava de ir, mesmo com pouca experiência, e no ano passado surgiu a oportunidade. Foi uma sensação espetacular, estar ao vivo a acompanhar a competição, conviver com pessoas que se dedicam por inteiro ao kick… É um ambiente de deixar qualquer um sem palavras”, explica Marco Carvalho.
Foi quinto em light contact e chegou ao pódio em semi contact – terceiro lugar entre 23 atletas. Melhorar a prestação este ano é o principal objetivo.
Este ano vai competir em light contact (-89 kg), onde pode encontrar atletas amadores e intermédios; semi contact (-89 kg); Open Weight (+80 kg); e Open, categoria profissional. “Aí será só mesmo pela experiência”, afirma. Gostaria de ganhar num dos estilos mas sabe que “tudo depende dos adversários, da concentração…”
Bruno Pereira, Marco Carvalho e Ricardo Gonçalves participam na competição de 1 a 4 de março Foto: Joaquim Dâmaso
Com 4.000 atletas em prova, os representantes dos Estados Unidos, Irlanda e Hungria são os mais fortes mas cada combate é uma batalha.
Ricardo Gonçalves, de 28 anos, acompanhou Marco Carvalho em 2017. Este ano iniciou as competições e vai participar no evento que reúne atletas de todo o mundo. “O kick é um hobby e um escape à rotina. É bom para desanuviar a cabeça e manter a forma. Lá o meu objetivo é ganhar – vou fazer light e semi contact (-84 kg) – e apesar de ser muito exigente, quero um pódio”, diz.
Bruno Pereira não se fica atrás. Na última semana foi primeiro em -63 kg no 1º Open Freestyle B&A Art Moments. Em Dublin gostava de subir os degraus do pódio. “Vamos mostrar o nosso potencial e mostrar que em Portugal também há bons atletas”, realça o atleta do clube da cidade vidreira, de 27 anos.
O trio de lutadores parte dia 26 para Dublin e será acompanhado por mais cinco pessoas, das quais dois treinadores e uma osteopata. A participação tem um custo de três mil euros, entre inscrições na prova, viagens, estadia e deslocações, suportados com recurso a apoios de empresas e pagos pelo próprio bolso.
“Esta também é uma forma de divulgarmos a modalidade mas infelizmente não tem a visibilidade, nem os apoios que o futebol tem”, lamenta Marco Carvalho.
Regras
Kickboxing
Desporto de combate não violento que combina várias técnicas de mãos e pernas. Considerada uma modalidade moderna e completa, pode ser praticada em qualquer idade, como manutenção ou em registo de competição
Existem várias disciplinas dentro da própria modalidade, cada uma com regras específicas em termos de competição:
– disciplinas de velocidade: Semi Contact , Light Contact e Light Kick
– disciplinas de pleno contacto: Full Contact, Low-kick e K1 Rules.
Irish Open
De 1 a 4 de março, em Dublin competição de âmbito mundial, junta 4.000 atletas.
Além dos três atletas da Marinha Grande, irá estar presente uma equipa da Nazaré (Fernando Paulo)
(Artigo publicado na edição de 8 de fevereiro de 2018)
Marina Guerra
Jornalista
marina.guerra@regiaodeleiria.pt
Joaquim Dâmaso
Fotógrafo
joaquim.damaso@regiaodeleiria.pt