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Cultura

César Cardoso lança novo disco com energia extra de Porto Rico

Um e-mail bastou para aproximar dois saxofonistas separados por milhares de quilómetros. César Cardoso escreveu ao porto-riquenho Miguel Zenón, várias vezes nomeado para os Grammys e, o resultado ouve-se em “Interchange”.

César Cardoso lança o terceiro disco com o seu quarteto jazz Foto: Joaquim Dâmaso

Um e-mail bastou para aproximar dois saxofonistas separados por milhares de quilómetros. César Cardoso escreveu ao porto-riquenho Miguel Zenón, várias vezes nomeado para os Grammys e, surpresa: ele aceitou o desafio para participar no terceiro disco de originais do músico de Leiria.

“Interchange” resulta dessa colaboração-relâmpago, que trouxe uma injeção de “energia” ao disco lançado a 10 de fevereiro.

“Ele adaptou-se bem ao grupo e deu um bocadinho mais de energia”, diz César Cardoso sobre Zenón, que participou em quatro temas do disco quase num sopro, gravando num único dia em Portugal.

“É um músico incrível. É uma das minhas referências, um saxofonista que adoro. Tem um som no saxofone alto que mais ninguém tem: muito melódico, mas com um tempo e ritmo incrível. Tem uma expressividade que faz ‘chorar as pedras da calçada’”, descreve César Cardoso sobre o convidado de Porto Rico que, além de um grupo em nome próprio, lidera os San Francisco Jazz Collective.

Este terceiro disco em oito anos regista o momento atual de composição, marcado, por exemplo, pela direção da Orquestra Jazz de Leiria ou pela investigação para o livro “Teoria do Jazz”.

“Os temas são um bocadinho mais complexos, mas procuro manter a questão melódica, para que fique na cabeça. E gosto que cada disco tenha coisas muito diferentes: tento ter um tema mais rápido, um tema mais lento, um swing, um latino, criando diversidade no disco”, explica o saxofonista e compositor.

Com o selo da Antena 2, “Interchange” é apresentado ao vivo no Hot Club, em Lisboa, dias 5 e 6 de junho, com a presença de Miguel Zenón. Em Leiria não há concertos previstos. 

 

“Interchange”, cujo nome vem do inglês “modal interchange”, sucede a “Half step” (2010) e “Bottom shelf” (2015) e marca uma “evolução natural”: “Nesta gravação senti-me no melhor momento de forma até agora”. A participação do Miguel Zenón foi “uma experiência marcante”. “Transmitiu-me uma energia tão grande que saí de lá com uma vontade de tocar e de pensar a música de maneira diferente”, admite César Cardoso que, além do quarteto com Bruno Santos (guitarra), Demian Cabaud (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria), faz parte dos Desbundixie e é maestro da Orquestra Jazz de Leiria.

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