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Leiria

Região de Leiria volta a perder novos aniversariantes

Depois de 2015 e 2016 terem deixado adivinhar uma recuperação no número de nascimentos, dados do INE mostram queda de 2,6% em 2017. Envelhecimento da população ganha terreno.

Contas redondas, este ano na região vão ser precisas 3.700 solitárias velas de aniversário com o número um. Ou, dito de outra forma, vão realizar-se cerca de dez festas de primeiro aniversário, em média, todos os dias do ano.

No ano que passou, nasceram 3.700 crianças na região. E isso, são sempre, claro, boas notícias. De tal forma que se adivinham festas merecidas quando o primeiro ano de vida for cumprido. Todavia, é bem provável que cada vez se cante menos os parabéns entre nós. É que a queda nos nascimentos está de regresso.

Antes de mais, parabéns aos pais e aos novos habitantes: bem-vindos. Mas uma nota para os fabricantes de bolos de aniversário: as estatísticas não são animadoras para o negócio. É certo que os números da natalidade na região (e no país) tinham dado sinais de crescimento nos últimos dois anos, mas os números referentes ao ano passado, retiram fulgor a qualquer eventual entusiasmo nesta matéria.

Com uma queda de 2,6%, o número de nados-vivos na região – ou seja no distrito de Leiria e no concelho de Ourém – a natalidade parece ter regressado à curva descendente. Também os dados do Centro Hospitalar de Leiria parecem confirmar essa tendência (ver texto ao lado).

A preocupação com a queda de nascimentos não é nova: a médio prazo as previsões apontam para cenários de queda no número de habitantes – Portugal pode ter apenas 7,5 milhões de habitantes em 2080, admitem alguns estudos. E um olhar mais atento para os mais recentes dados não deixa de ser preocupante. Tome nota: em 2017, registaram 3.700 nados vivos (nascimentos com vida) nesta região. Mas o número de óbitos foi, bem superior: 5.805. E, note-se, este número de pessoas que morreram na região leva apenas em conta os maiores de 16 anos, excluindo o número de mortes – ainda que residual – de crianças.

Em suma, há um evidente saldo negativo que ultrapassa largamente os dois milhares de pessoas, num só ano. O que não pára de crescer, é a tendência para que os nascimentos aconteçam fora do casamento. A realidade é diversa na região, mas não faltam concelhos que ultrapassam bastante a média do país. Em Portugal, em 2017, 54,9% dos nados vivos aconteceram fora do casamento.

Entre nós, à exceção de Ourém, Batalha e Leiria, todos os concelhos registam a maioria dos nascimentos fora do casamento. Óbidos ultrapassou este ano a marca das sete em cada dez crianças nascidas fora do casamento, a marca mais elevada na região.

Fora ou dentro do casamento, os problemas com a natalidade que não dispara já levaram vários municípios da região a tomar medidas. Seja na Marinha Grande, que há vários anos implementou e mantém um programa de incentivo à natalidade, ou em Ourém, que este ano avançou com políticas semelhantes. Estes são alguns exemplos, sendo certo que mesmo até ao nível das freguesias se tentou esforço semelhante: São Bento, em Porto de Mós, ou Milagres, em Leiria, entre outros. Os números, pelo menos para já, teimam em travar otimismos nesta matéria.

Mais 22 meninos
Voltando aos que se estreiam este ano na arte de fazer anos, fica a dica: ainda que seja por uma margem bem estreita, nasceram mais “eles” que “elas” neste ano que passou (1.861 meninos e 1.839 meninas).

Ainda assim, esta realidade não é uniforme por toda a região. Em Alcobaça, Bombarral, Peniche, Marinha Grande, Figueiró dos Vinhos e Pombal, os nascimentos no feminino foram a maioria.

Uma ajuda ainda para todos os que se dedicam ao fabrico dos bolos aniversariantes. A fazer fé nos dados revelados pelo Instituto dos Registos e Notariados, poderá ser boa ideia começar a treinar a caligrafia para os nomes “Santiago” e “Maria”, os preferidos o ano passado para eles e para elas. Seguem-se Francisco, João, Afonso e Rodrigo no caso dos rapazes e Leonor, Matilde, Beatriz e Carolina entre as raparigas.

 

(Artigo publicado na edição de 3 de maio de 2018 do REGIÃO DE LEIRIA)

Carlos S. Almeida
Jornalista
carlos.almeida@regiaodeleiria.pt

O Centro Hospitalar de Leiria registou, o ano passado, 1.958 recém-nascidos, fruto de 1.949 partos. Também aqui se nota uma queda: no ano anterior, 2.020 recém-nascidos (2.000 partos). No ano de 2015, registaram-se 1.955 recém-nascidos. Este ano, ainda de acordo com o CHL, nasceram 448 bebés no primeiro trimestre.

Distrito de Leiria e concelho de Ourém somaram, em 2017, 3.700 nascimentos com vida. São menos 97 que no ano anterior. A região chegou ao início desta década com mais de 4 mil nascimentos (4.190 em 2011), vindo sempre a descer até atingir um mínimo de 3.605 nascimentos em 2014. No ano seguinte subiu para 3.728 e em 2016 para os 3.797. O ano passado, regressou às quedas

Com 1.107 nascimentos, o concelho de Leiria é responsável por quase um terço dos bebés que chegaram à região no ano passado. É o concelho com maior número de nascimentos, seguindo-se Alcobaça (374). Por ordem decrescente, a região ordena-se da seguinte forma: Caldas da Rainha (346), Marinha Grande (339), Pombal (336), Ourém (285), Peniche (214), Porto de Mós (154), Batalha (120), Nazaré (108), Bombarral (86), Óbidos (81), Ansião (50), Figueiró dos Vinhos (37), Alvaiázere (32), Pedrógão Grande (21) e Castanheira de Pera (10)

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