O casal Alma Croft e Rodrigo Castro decidiu ouvir o coração e partir sem bilhete de volta. A aventura pode ser acompanhada no Instagram (@wearenoah_) e Facebook (wearenoahproject)
Acreditam que a sociedade está a implodir. “É como se estivesse uma cheia para chegar”. E não se querem afundar. Rodrigo Castro, 27 anos, e Alma Croft, 26, partem esta sexta-feira, dia 14 de setembro, para o Bali, na Indonésia, só com bilhete de ida.
É uma demanda: ele geria um programa de aceleração de carreiras; ela é psicóloga. Deixam Leiria e tudo para trás para fugir ao óbvio e partir à aventura no outro lado do mundo. “Mais do que uma viagem pelo mundo exterior, esta é uma viagem pelo mundo interior”, explica Rodrigo.
No início deste verão tiveram de fazer escolhas. Rodrigo saiu da empresa e Alma ponderou investir num mestrado. Prescindiram do caminho mais óbvio e decidiram pela aventura. E porque a tal “cheia” está a chegar, criaram um projeto, We Are Noah. “Tal como Noé construiu a sua arca, nós iremos construir a nossa e levar quem quiser vir connosco”.
Escolheram a Indonésia e Bali porque Rodrigo já viveu seis meses na Ásia e Alma sentiu aquele como o destino certo. Ouviram “o coração”: “Não sabemos bem porquê, mas acreditamos que algo de bom vai acontecer em Bali”. A seguir, querem chegar às Filipinas.
Procuram respostas: “Esperamos encontrar nesta viagem experiências que nos possam mostrar diferentes formas de ver e viver o mundo”. Querem “encontrar uma forma mais autêntica, e consciente, de vivermos a nossa vida e de mostrarmos a mais pessoas qual é a forma de tornar isso possível”.
Mesmo antes de partirem, a decisão já teve impacto no círculo de amigos, que viram neles um exemplo. “Tomaram decisões que se prendiam com a sua liberdade e que até então não tinham tido coragem de tomar. Foi inspirador ver como o nosso projeto pode de facto inspirar”.
E o regresso? Apesar de todas as interrogações, Rodrigo e Alma já pensam nele. Querem voltar “donos do nosso tempo e das nossas decisões”, mas também “com mais dinheiro do que alguma vez tivemos” porque “não somos infantis ao mandarmo-nos para esta aventura e achar que vamos viver do ar”.
Voltar é um objetivo, mas “com respostas que incluam também a sustentabilidade desse tal espírito de vida”.