Manifestantes têm procurado “ocupar” as passadeira, atravessando a rua de um lado para o outro e criando alguns constrangimentos Foto: Joaquim Dâmaso
Mais de meia centena de “coletes amarelos” tem protestado desde o início da manhã nalgumas das principais entradas da cidade de Leiria, causando alguns constrangimentos na A19 e EN 109.
A manifestação “Vamos parar Portugal” tem sido acompanhada por um dispositivo policial reforçado que tem procurado gerir alguns constrangimentos de trânsito motivado pela “ocupação” de passadeiras e concentração de manifestantes junto à “rotunda da Grelha”, num primeiro momento, e depois no nó de acesso à estrada da Marinha Grande.
“O que me traz aqui é a revolta. Acho que já chega da classe média ser explorada”. O desabafo é de Paulo Pedroso, motorista ,natural do Juncal, concelho de Porto de Mós.
Ele que diz receber 580 euros por mês, considera que “o poder de compra é muito fraco para quem ganha o ordenado mínimo e tem que pagar a renda e as despesas de casa”. “Chega ao fim de mês com saldo negativo”, adianta, defendendo a revisão do salário mínimo nacional, uma das principais reivindicações do movimento, que se inspirou nos protestos que começou há meses em França.
Dinis Abreu afirma-se, por sua vez, indignado com “o custo de vida e os preços exorbitantes dos combustíveis”. “Cada vez temos mais dificuldade em ganhar dinheiro para as nossas despesas e isto não pode ser”, acrescenta, em declarações ao REGIÃO DE LEIRIA.
“O que me traz aqui, é que há 53 anos e 27 dias que ando a ser roubado neste país”. Manifestamente descontente com o rumo do país, Aquilino Silva, empresário das Figueiras, freguesia de Milagres, diz “trabalhar 11 meses para pagar impostos”, sobrando um “para conseguir sobreviver”.
“Qualquer dia perdemos todos os nossos direitos. É uma ditadura disfarçada de democracia”, afiança.
São várias as reivindicações do movimento, que protesta hoje em várias cidades do país, incluindo em Caldas da Rainha. Em Leiria, os promotores do evento “Vamos parar Portugal –
Em Leiria, os “coletes amarelos” têm distribuído panfletos onde destaca como reivindicações “imediatas” o fim dos pagamentos do estado para as PPPs rodoviárias e para o fundo de resolução dos bancos, o fim das subvenções vitalícias dos políticos, a redução para metade dos imposto sobre combustíveis e das taxas da fatura da eletricidade.
Reclamam ainda a redução do IVA da eletricidade e do gás para 6%, o aumento do salário mínimo nacional para 700 euros, a revisão dos escalões do IRS e pagamento de IMI por parte dos fundos imobiliários.
MR
Anónimo disse:
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