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Saúde

BE questiona governo sobre situação no Centro Hospitalar de Leiria

Os deputados do Bloco de Esquerda (BE) enviaram uma pergunta ao Ministério da Saúde a questionar sobre a situação do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), cujo presidente se demitiu na quarta-feira.

Os deputados do Bloco de Esquerda (BE) enviaram uma pergunta ao Ministério da Saúde a questionar sobre a situação do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), cujo presidente se demitiu na quarta-feira.

Os deputados Heitor de Sousa e Moisés Ferreira perguntam porque razão existiu uma “tão baixa execução do plano de investimentos” em 2018 no CHL e questionam sobre os investimentos que serão feitos “para resolver os principais constrangimentos já identificados: consulta externa e serviço de urgências”.

Os deputados querem ainda saber qual o montante do investimento já programado para 2019, para quando “a concretização da autonomia administrativa e financeira deste Centro Hospitalar, conforme já anunciado pelo Governo”, e se “essa autonomia permitirá ao CHL proceder à contratação de profissionais sem depender de autorização do Ministério da Saúde ou do Ministério das Finanças”.

 

Heitor de Sousa, deputado do BE 

Na missiva, os deputados realçam que o investimento teve uma execução “de apenas 21%, pelo que, durante o ano de 2018, não foi possível intervir em problemas já identificados e, pelo contrário, alguns desses problemas agravaram-se”.

“A baixa execução de investimento deve-se a obstáculos e falta de autorização do Ministério das Finanças, o que é incompreensível, tendo em conta que o próprio ministro das Finanças ainda recentemente reviu o défice nacional em baixa”.

Para os deputados, esses recursos financeiros “teriam melhorado os serviços deste hospital”.

“O que se exige agora é que todo esse investimento que não aconteceu em 2018 aconteça em dobro durante o ano de 2019, para recuperar da obsolescência dos equipamentos e para poder ampliar a capacidade de respostas em áreas que estão identificadas como sendo os principais problemas do hospital de Leiria”, salientam.

O BE, que visitou o hospital de Leiria no dia 19 de fevereiro, recorda que, “além dos longos tempos de espera nas urgências, o principal problema deste Centro Hospitalar e, em particular do hospital de Leiria, prende-se com o subdimensionamento a nível de investimento e de profissionais”.

“Este hospital passou, em poucos anos, de 250 mil habitantes servidos para cerca de 400 mil, uma vez que passou a ser o hospital de referência para mais concelhos, como é o caso de Pombal, Alcobaça [distrito de Leiria] e Ourém [distrito de Santarém]. Este aumento da população por si servida não teve correspondência em profissionais e investimento, que são a sua principal necessidade para melhorar os cuidados prestados à população”, salientam os deputados.

Já no início de 2018, “numa outra visita que o Bloco de Esquerda fez a esta unidade hospitalar de Leiria, estes problemas tinham sido identificados”.

Na altura, refere o BE, “o Conselho de Administração referia ser necessário ter autonomia de gestão para poderem proceder à contratação de mais profissionais” e “diziam ter um plano de investimento para esse ano na ordem dos 6,6 milhões de euros, sendo 4,9 milhões para intervir no edificado e 1,7 milhões de euros para adquirir e modernizar equipamentos”.

“Com estes investimentos pretendiam resolver alguns problemas, como a ampliação da capacidade de resposta em consultas externas (já na altura esgotada) e na urgência. Acontece que esse plano de investimento teve uma execução baixíssima, de apenas 21%, pelo que, durante o ano de 2018, não foi possível intervir em problemas já identificados e, pelo contrário, alguns desses problemas agravaram-se”, acrescentam.

Entretanto, num artigo de opinião escrito antes de ser conhecido o pedido de demissão de Helder Roque –  publicado na edição impressa de desta quinta-feira do REGIÃO DE LEIRIA – o parlamentar do BE faz referência a uma reunião mantida entre responsáveis do partido e o CA do CHL a 19 de fevereiro.

“Na reunião, o Dr. Helder Roque desvalorizou a situação afirmando que ‘tirando dois ou três dias de fevereiro, as questões já estavam próximas do normal’”, escreve Heitor de Sousa. “Além de incompetente, o CA optou por faltar à verdade. Só lhe resta um caminho: a porta de saída”, conclui.

RL com Lusa

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