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Leiria

Presidente do hospital de Leiria recusa que urgência esteja em situação dramática

élder Roque recusou a ideia de que a urgência do hospital esteja caótica, admitindo contudo a existência de alguns problemas na medicina interna.

O presidente demissionário do hospital de Leiria recusou hoje que a situação vivida na urgência da unidade seja caótica ou dramática, apesar de admitir fragilidades de problemas pontuais.

Hélder Roque, que apresentou a sua demissão este mês, está hoje a ser ouvido na comissão parlamentar de Saúde sobre a situação da urgência do hospital de Leiria, onde vários chefes de equipa apresentaram igualmente a sua demissão alegando falta de condições.

Perante as perguntas dos vários grupos parlamentares, Hélder Roque recusou a ideia de que a urgência do hospital esteja caótica, admitindo contudo a existência de alguns problemas na medicina interna, na sequência de “dois picos em janeiro e fevereiro”, que contudo não especificou.

Os problemas na urgência, segundo o responsável demissionário, são sobretudo com médicos internistas e não com outras especialidades.

Hélder Roque traçou um panorama positivo da restante atividade hospitalar e disse que é importante “não confundir a parte com o todo”.

Perante o cenário traçado pelo presidente demissionário, os deputados do PSD, do Bloco, do CDS e do PCP quiseram saber se mantém o seu pedido de demissão.

O responsável garantiu que o pedido se mantinha com a ministra da Saúde, mas primeiro escusou tornar públicas as razões para o seu pedido de saída.

Perante alguma insistência, e com o presidente da comissão parlamentar a pedir que respondesse aos deputados, Hélder Roque acabou por indicar que se sentiu “só na luta para defender o hospital de Leiria”.

Sobre os problemas na urgência, Hélder Roque considera que há várias medidas que podiam aliviar a pressão no serviço, em que cerca de 40% dos doentes não são realmente urgentes.

Para o responsável, os doentes de Ourém que são enviados pelo INEM não deviam ir para a urgência do hospital de Leiria, mas sim para o Médio Tejo.

Por outro lado, considera que pesa na urgência o facto de os lares de idoso terem deixado de ser obrigados a ter um médico. Aludiu ainda às poucas camas de cuidados continuados na região de influência do hospital.

Na quarta-feira, na mesma comissão parlamentar de Saúde, Ordem dos Médicos, Sindicato Independente dos Médicos e profissionais do hospital de Leiria deixaram um retrato de exaustão e de extrema dificuldade na urgência, devido à falta de recursos humanos.

Nesta ocasião, o presidente da secção regional Centro da Ordem, Carlos Cortes, disse que já tinha recebido mais de 200 declarações de responsabilidade por parte de médicos face às condições do hospital. Estas declarações pretendem proteger ou salvaguardar os médicos quando se deparam com condições de trabalho insuficientes para a sua prática clínica.

Hoje, Hélder Roque disse que essas declarações dizem respeito “só a 40 médicos”, que assinam várias vezes uma declaração e que a chegam a preencher sem verem como está a condição da urgência.

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