Já ninguém tolera crónicas sobre o CHL, que toda gente gosta de dar palpites sobre coisas que desconhece, que um bom português aprecia uma boa fogueira e o espírito incendiário está na cabeça de todos. Agora que se descobriu que havia incêndio no barco não faltam ratos a abandonar o navio, não sem antes derramar gasolina, gente que vive a dizer que sempre nos avisou e outros que não são carne nem peixe. Nunca gostei de gente indefinida que não sabe o que quer e não toma resoluções que os comprometam. Frontalidade e lealdade é coisa rara. Tudo tem interesses e intrigas. Uns dizem que é política, outros dizem que são os interesses privados a chegar, outros criam enredos dignos de telenovelas mexicanas mal dobradas.
O hospital tem problemas que tem tentado resolver sem sucesso e sem ajuda, mas está longe da catástrofe que todos apregoam por aí. Claro que problemas na área da saúde podem resultar em verdadeiras catástrofes que com a saúde não se brinca, mas também não se brinca com trabalho sério de gente que tem dado o litro pelo hospital.
Temos muita gente com problemas de coluna. Temos problemas com vertebrados. Somos moles e escorregadios em vez de tesos e hirtos. Somos lesmas viscosas dissimuladas em vez de árvores altivas e fixas.
Deixem o hospital em paz, deixem a malta a trabalhar. Colaborem, não destruam. O serviço público é para todos. Usem o serviço público com parcimónia e respeito.
O hospital de Leiria é um hospital seguro e digno e é onde gostaria de ser tratada caso me aconteça alguma coisa. O hospital de Leiria tem profissionais de saúde de excelência e presta serviços de grande qualidade em muitas áreas. Tem vários problemas para resolver, mas está a milhas de ser o antigo hospital da Boa Viagem.
(Artigo publicado na edição de 28 de março de 2019)