O presidente demissionário do Centro Hospitalar de Leiria, Helder Roque, responde, por escrito, ao REGIÃO DE LEIRIA, a propósito dos dias conturbados que se vivem na instituição que tutela
Como explica a saída de 12 internistas em menos de um ano?
Essa informação é falsa. Saíram do CHL desde o início de 2018 quatro médicos internistas, embora estejam previstas mais duas saídas. Temos hoje no Hospital de Santo André mais oito médicos internistas do que em 2015, num total de 37, sem contar com os médicos alocados ao Serviço de Medicina Intensiva.
Em 2016 foram contratados dois médicos internistas e saíram zero, em 2017 entraram sete e saíram três, em 2018 entraram sete e saíram dois, em 2019 vai entrar um e saíram dois, ou seja, muito diferente do que vem constantemente a ser transmitido para a opinião pública.
De qualquer forma, a saída de profissionais, desta ou de outras áreas, não é uma situação estranha nem exclusiva do nosso hospital. É abusivo e intelectualmente desonesto defender que, nessa matéria, o CHL é diferente das outras unidades do SNS.
Porque diz que se trata apenas de um problema das urgências quando se verifica uma redução de mais de 50 por cento de cirurgias programadas?
Quando é necessário reforçar meios em áreas com aumento de procura, como a Urgência, a atividade de rotina e a atividade cirúrgica não urgente tem de ser adaptada para responder a essas necessidades. De facto, mesmo considerando estas medidas contempladas no plano de contingência, entre 2017 e 2018 (dados previsionais) aumentámos o número de cirurgias de ambulatório em 2,4% e apenas reduzimos em 2,8% o número total de cirurgias, resultados a que não foram alheias as diversas greves que ocorreram ao longo deste tempo e que condicionaram muito estes resultados.
No final do mês passado, o Conselho de Administração (CA) confirmou ter tido a necessidade de reprogramar algumas cirurgias não urgentes de forma a canalizar recursos e disponibilidades para os doentes cirúrgicos urgentes. Essa reprogramação mantém-se? Em caso afirmativo, até quando?
Já não se mantém. No entanto, o CHL, como todo o SNS, tem carência de anestesistas, situação que se agravou quando cessaram os contratos de prestação de serviços mantidos com anestesistas recrutados a outros hospitais, por a Tutela os indeferir unicamente por medidas economicistas, ao reduzir drasticamente o preço-hora, situação não aceitável para os próprios.
Saiba mais na edição impressa do REGIÃO DE LEIRIA publicada esta quinta-feira, dia 28 de março