O primeiro-ministro, António Costa, destacou hoje em Leiria a confiança demonstrada pelos empresários portugueses, que continuam a investir apesar da incerteza na economia mundial.
“Mesmo estando a economia mundial menos estimulante do que há três anos, o facto de haver vários sectores de incerteza à escala global, desde a ameaça de guerras comerciais, entre grandes blocos comerciais, ao risco do Reino Unido abandonar a União Europeia, a verdade é que os empresários portugueses continuam a investir e a demonstrar confiança na sua capacidade de crescer, apesar de todo este quadro de incerteza”, reforçou António Costa, na cerimónia de assinatura dos pactos sectoriais para a competitividade e internacionalização.
O Ministério da Economia e três dos 20 clusters reconhecidos pelo IAPMEI em 2017, no âmbito do Programa Interface, assinaram hoje os pactos sectoriais para a competitividade e internacionalização.
O cluster Automóvel, Engineering and Tooling Cluster e Cluster Produtech – Tecnologias de Produção representam 36,7 mil milhões de euros de volume de negócios, e mais de 16 mil milhões de euros em exportações, correspondendo a um peso significativo na economia nacional, informou o presidente do IAPMEI, Nuno Mangas.
Em termos de emprego nacional, verifica-se uma contribuição destes clusters em cerca de 400 mil postos de trabalho.
António Costa recordou o sucesso da empresa Bordalo Pinheiro, de Caldas da Rainha, que hoje inaugurou uma nova fábrica: “é um excelente exemplo de como é possível substituirmos as importações, porque a totalidade de toda a nova maquinaria instalada naquela fábrica, desde os fornos aos robots de pintura, a toda a linha de montagem, foi produzida em Portugal e no distrito de Leiria”.
“Isso significa que este desenvolvimento e criação destas cadeias de valor internas são da maior importância para reforçarem e consolidarem o futuro da nossa economia e em particular o futuro da nossa indústria”, precisou.
“A assinatura destes três pactos sectoriais são da maior importância, porque estamos a falar de três sectores que são centrais para a construção da nossa economia do futuro. O sector automóvel é seguramente um excelente exemplo de como a partir do investimento direto estrangeiro de alguns grandes construtores foi possível desenvolver toda uma cadeia de atividade industrial na indústria das componentes, na indústria do desenvolvimento de ‘software’, de desenvolvimento de serviços e como o investimento — pode ser o motor de criação de um verdadeiro cluster no nosso território”, afirmou o primeiro-ministro.
Para António Costa, o sector das tecnologias de produção é “absolutamente central não só para a produtividade das empresas, mas também para a substituição de importações”, até porque é preciso “continuar a crescer por via das exportações na internacionalização da economia”.
A função destes pactos é, reforçou ainda o governante, “assegurar que haja estabilidade, continuidade e alinhamento” e “todos a trabalhar em conjunto para um objetivo comum”, para que 2017, 2018 e 2019 “não tenham sido a exceção à regra, “mas tenham mesmo sido os primeiros três anos de uma nova década de convergência sustentada e continuada com a união europeia”.
Lusa