Já deveria estar concluída, mas não há forma de chegar a bom porto uma das mais antigas e emblemáticas promessas dos executivos socialistas na Câmara da Marinha Grande: a instalação de uma creche no antigo edifício da fábrica IVIMA.
A promessa é antiga, remontando a 2010. Não só se anunciava a intenção de concretizar o projeto, como se referia a possibilidade de manter a creche aberta 24 horas por dia. E, em fevereiro do ano passado, tudo indicava que estavam finalmente ultrapassados todos os obstáculos e que a obra avançaria de vez. Puro engano.
É certo que o executivo municipal anunciou ter adjudicado a obra. Foi a 9 de fevereiro do ano passado. “A Câmara Municipal da Marinha Grande adjudicou a empreitada para a instalação de creche para 84 crianças no edifício da Ivima, na sua reunião de 9 de fevereiro, o que irá representar um investimento de 444.855,55 euros, acrescidos de IVA”, anunciou a autarquia em comunicado.
Com um prazo de 270 dias para concretizar o projeto, se tudo tem corrido como previsto, nesta altura aquele equipamento já estaria inaugurado. Mas não está. “Houve um problema com a obra que já devia de estar executada”, reconhece Cidália Ferreira, presidente da Câmara. A 22 de abril, em reunião do executivo, o ponto de situação do projeto foi abordado. E o atraso tem, uma razão de ser. O problema está nas traves do imóvel. “Quando o empreiteiro ia para entrar em obra, levantou-se o problema das traves poderem não estar em condições”, explicou Cidália Ferreira.
Ou seja, uma vez no terreno, surgiu um entrave: as traves. Havia, pois, a necessidade de perceber qual a gravidade da situação. Novo entrave: o estudo que poderia esclarecer a questão, teima em não estar concluído. “Foi pedido um estudo para avaliação da situação a um especialista da Universidade de Coimbra que se tem atrasado em entregá-lo”, acrescentou a líder do executivo. Sem explicar quando se prevê desbloquear o processo, Cidália Ferreira reconheceu que “tem corrido muito mal porque o estudo não chega”.
A autarca especifica que a entrega do estudo em causa tem sido recorrentemente solicitada. Mas para já, este é o entrave principal à concretização da obra.
Nota: Artigo originalmente publicado na edição impressa do REGIÃO DE LEIRIA de 2 de maio de 2019