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Desporto

Volta a Portugal: Distrito acolhe 160 ciclistas de dez países mas só um é de Leiria

Sprinters vão ser testados na (nova) chegada a Leiria. Marinha Grande marca o arranque da 2ª etapa. Ciclistas formados no Alcobaça CC regressam ao local que os lançou para a competição.

Volta a Portugal em Leiria

O distrito vai ser atravessado de lés a lés pelo pelotão da Volta a Portugal. A edição de 2019 começa na próxima quarta-feira, em Viseu, e transfere-se durante dois dias para a região, cruzando as estradas de 14 dos 16 concelhos.

O circuito, elaborado para passar nos concelhos mais afetados pelos incêndios de 2017, numa altura em que as altas temperaturas voltam a não dar tréguas aos bombeiros de todo o país, “entra” no distrito pela serra da Lousã, em Castanheira de Pera. A etapa, considerada de média dificuldade, pela organização, sai de Miranda do Corvo, que se estreia nestas andanças, e terá até Castanheira de Pera o percurso mais exigente.

A primeira etapa, na próxima quinta-feira, dia 1, continua rumo a Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere (meta volante), Ansião e Pombal (meta volante), com chegada a Leiria, ao fim de 174,7 km. Ao contrário de edições anteriores, a meta deixa o centro da cidade de Leiria e muda-se para a avenida Dr. João Soares. Os velocistas serão colocados à prova, após deixarem  o IC2 e completarem a avenida da Comunidade Europeia, numa reta de 600 metros, em busca da tão desejada camisola amarela.

Na sexta-feira, dia 2, a Volta a Portugal continua por cá e sairá da Marinha Grande. A cidade volta a receber a prova nacional, passado 29 anos, e apadrinha a mais longa etapa desta edição, com quase 200 km, num plano bem menos agressivo do que no dia anterior.

O pelotão sai da Moita (EN242), em direção à Martingança, Maceira e Batalha, tomando a EN352 rumo a Porto de Mós. A estrada N8 vai conduzir os ciclistas até Alcobaça, Alfeizerão, Caldas da Rainha, com meta volante, Óbidos e Bombarral, prosseguindo até Loures, onde o relevo mais acentuado poderá arredar da discussão da vitória alguns dos melhores velocistas. A segunda etapa termina em Santo António dos Cavaleiros, outra das localidades que se estreia na Volta a Portugal.

O evento custa, aos cofres da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e dos municípios associados, 100 mil euros. “A forte tradição da região no ciclismo nacional, [com a passagem da Volta] é um marco importantíssimo para a região, reforçando fortemente, também, a nossa identidade territorial”, refere a CIMRL.

Entre as 19 equipas presentes na prova, com um total de 131 ciclistas, apenas 9 são portuguesas e há um elemento que será seguido com particular atenção. O ciclista Pedro José Lopes, da UD Oliveirense, é natural de Monte Redondo (Leiria).

“É um atleta dedicado, humilde, trabalhador e com um potencial muito grande. Está no início da carreira profissional e ainda tem muito para evoluir”, diz Joaquim Marques, dirigente do Alcobaça Clube de Ciclismo (ACC), que o acompanhou “desde tenra idade”.

Orgulhoso pelo sucesso alcançado pelo seu pupilo, Joaquim Marques entende que o êxito de Pedro José Lopes é também sinal do “bom trabalho” que o clube tem desenvolvido na formação, “cooperando para o crescimento da modalidade”. E lembra que apesar do ciclista da Oliveirense ser o único da região na Volta, há outros nomes que “nasceram” no ACC, “foram campeões nacionais e bons atletas” como é o caso de Rafael Reis, que corre pela W52/FC Porto, ou Rúben Guerreiro.

Já o leiriense Guilherme Mota, também ciclista da UD Oliveirense sub23, e com formação no SCL Marrazes e no ACC, não vai participar na prova e está a preparar a Volta a Portugal no seu escalão.

A convite da organização da Volta a Portugal e da Federação de Ciclismo, o Alcobaça CC vai estar na Marinha Grande, com a equipa de escolas, a divulgar a modalidade. “Há uma consciencialização da Federação que para surgirem mais atletas é necessário estimular a formação. Temos bons valores na modalidade, casos do Rui Costa e do Rúben Guerreiro, entre outros, mas para se chegar a esse patamar é preciso que o ciclismo ganhe mais espaço”, explica Joaquim Marques.

Pedro José Lopes

Tem 20 anos e é atleta da União Desportiva Oliveirense desde 2017. Natural de Monte Redondo, no concelho de Leiria, Pedro José Lopes tem no seu palmarés resultados de relevo como o título nacional de contrarrelógio em cadetes ou a Taça de Portugal de juniores, em 2017, quando representava o Alcobaça Clube de Ciclismo. No mesmo ano foi segundo classificado na geral da Volta a Portugal de juniores.

É o único ciclista natural da região que vai participar na edição de 2019 da Volta a Portugal.

Marina Guerra
Jornalista
marina.guerra@regiaodeleiria.pt

Fotos: VP


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