Lost Lake são uma nova banda de Leiria, escolhida como o momento musical do festival Acaso 2019. Antes do concerto desta noite, 18 de outubro, 22 horas, no Espaço O Nariz, Adriana Lisboa, que também toca com os Rua Direita, explica ao REGIÃO DE LEIRIA como surgiu o projeto e em que se inspira.
Como surgem os Lost Lake?
Lost Lake musicalmente surgiu há cerca de 3 anos, fruto de experiências com teclados MIDI e programas de gravação no meu computador. Tudo começou por ser só ideias aleatórias, nunca pensadas para serem algo tocável ao vivo. Três anos depois tive coragem de mostrar umas demos ao Gil Jerónimo [Les Crazy Coconuts, Jerónimo] para ele me ajudar no processo de produção e gravação de um eventual EP mas, com a oportunidade de participar no Festival A Porta, o Gil foi promovido a membro da banda. Tudo o resto ainda está a surgir.
Como é que algo tão assumida e conceptualmente retro soa tão atual?
Eu sou de 1995 mas cresci a ouvir os CD’s dos meus pais que iam desde Michael Jackson, Foreigner, Bronski Beat, Earth, Wind & Fire, Madonna, A-ha até Tears For Fears por isso as influências estão explicadas. Hoje em dia existe uma grande nostalgia em relação aos anos oitenta e isso reflecte-se na moda, vê-se em séries de televisão e filmes e ouve-se na música que é produzida. A cultura POP dos anos oitenta foi algo tão icónico que ainda ecoa nos dias de hoje e esse retro está presentes em bandas actuais como M83, Roosevelt, Parcels, Brothertiger, Washed Out, HOME e tantas outras que influenciaram directamente a sonoridade de Lost Lake.
E o que pretendem com a vossa música?
No fundo que as pessoas ouçam e se identifiquem de alguma maneira, independentemente de gostos musicais.
Já atuaram n’A Porta e agora, há dias, no Há Música na Cidade. Como têm sido estes tempos primeiros?
Têm sido surreais porque eu nunca pensei conseguir tirar estas músicas do meu quarto quanto mais alguma vez tocá-las ao vivo! O Gil foi sem dúvida a pessoa certa para ajudar no processo, nós temos gostos musicais muito parecidos o que tornou tudo muito mais fácil e natural. Os dois únicos concertos que demos até agora foi nesses dois festivais: a sorte de tocar em casa e ter uma reação fantástica das pessoas foi mais que brutal.
O que vão apresentar neste concerto n’O Nariz, esta sexta-feira?
Estamos a tentar preparar algo diferente ao vivo. Esperemos conseguir montar algo digno a tempo, por isso vai ser um concerto especial.
Também vão ao Termómetro, em novembro. O que significa esse desafio, num festival com tanta história?
O Termómetro é um concurso que já faz parte do currículo de ambos como participantes, acho que podemos ter a vantagem de já sabermos minimamente o que nos vai esperar. Não vemos o Termómetro como um desafio mas sim como uma oportunidade de mostrarmos a nossa música que é o nosso maior objectivo.
Lost Lake pode ser a próxima banda de Leiria a dar que falar?
Leiria é uma cidade repleta de grandes músicos e grandes artistas e a comunidade é muito unida, isso é algo que o tempo e as pessoas o dirão. Acho que prefiro mais dar que ouvir do que falar.
Onde fica este “lago perdido”?
Esta pergunta tem muito sentido na minha cabeça porque realmente existe um tal lago perdido, aliás até existem dois! O lago perdido que deu origem ao nome da banda existe num videojogo que se chama “Firewatch“. Há uma cena no jogo onde o personagem se perde numa floresta e vai dar a um lago onde acontece uma determinada situação sonorizada por uma música que está a passar numa jukebox. Talvez tenha sido essa música que desencadeou toda esta nostalgia relativa aos anos oitenta, até porque o jogo se passa em 1989. Isto sem poder explicar visualmente pode soar muito estranho e sem sentido mas acreditem que existe toda uma justificação em redor do nome. O outro lago é em Mount Hood no estado americano de Oregon e é muito bonito!
ML