A Pythagoras, uma editora portuguesa de jogos de tabuleiro com sede em Vermoil, no concelho de Pombal, anunciou a distribuição dos jogos de tabuleiro “Garum” e “6 Castelos” no mercado alemão e holandês.
Os acordos de distribuição surgem na sequência da presença da Pythagoras na Spiel’19, no final de outubro, onde apresentou as duas recentes criações em Essen, na Alemanha, naquela que é considerada a maior feira de jogos de tabuleiro do mundo.
Segundo responsáveis da empresa de Vermoil, há também contactos em curso para fazer chegar “Garum” e “6 Castelos” aos mercados da Coreia do Sul e de Israel, possibilidade que pode vir a concretizar-se em 2020.
Hoje mesmo, 16 de novembro, em Vila do Conde, a Pythagoras faz, à tarde, a apresentação natural dos dois títulos no café A Jogar é que a Gente se Entende.
6 Castelos
Inspirado na fundação do reino de Portugal, “6 Castelos”, projeta-nos para século XII, quando os primeiros reis de Portugal, procuraram expandir o território para sul, reconquistando território aos Mouros e defender as fronteiras com Castela. É neste contexto que surgem várias linhas defensivas de castelos. Para homenagear a bravura e importância destas povoações fronteiriças, a editora criou um jogo onde estão representados os castelos de Idanha, Monsanto, Penha Garcia, Penamacor, Sabugal e Sortelha.
Desenvolvido pelos autores portugueses Costa & Rôla, foi ilustrado por Olivier Fagnère. Tem um tempo médio de jogo de 50 minutos e destina-se ao público +8 anos.
As regras são simples: os jogadores podem realizar várias ações – uma delas é a colocação de tiles na mesa – e, deste modo, forma-se o território que é composto por várias paisagens características da região onde decorre o jogo. É daqui que surgem os castelos para onde os jogadores podem vender as mercadorias que produzem nos seus domínios. O jogo reúne outras ações e formas de pontuar, o que introduz um desafio e profundidade interessante nas decisões aos jogadores. “6 Castelos” foi pensado para todos, possuindo um modo simples e um outro avançado de jogar.
Além da homenagem aos locais representados, a editora gostaria que o jogo levasse novos visitantes à região, “rica em beleza, história, gastronomia e paz”.
Garum
Garum era um molho de peixe fermentado, usado como condimento nas cozinhas da antiga Roma. Produzido a partir de peixes como o atum, a sardinha e a cavala, era depois misturado com pequenos crustáceos e moluscos deixados em salmoura no interior das cetárias (tanques de fermentação). Em Portugal, mais concretamente em Tróia, que existiu o maior centro industrial de salga de peixes do Império Romano que funcionou até ao século V.
Desenvolvido por Ricardo Jorge Gomes, foi ilustrado por Pedo Soto. Tem um tempo médio de jogo de 40 minutos e destina-se a um público +8 anos.
As regras são simples, mas as decisões complexas e desafiantes. A cada turno de jogo, os jogadores colocam os seus tiles nas cetárias e podem também colocar os seus trabalhadores. No final da partida, o jogador pontua os trabalhadores e peixes da sua cor que estrategicamente colocou durante a partida. É um jogo simples e acessível para as famílias. O tabuleiro possuiu dupla face, no verso, encontra-se uma versão rápida com a ilustração de Baelo Claudia, também uma fábrica de Garum que existiu em Espanha.
Com este jogo pretende-se dar a conhecer ao mundo a importância de Tróia, para o Império Romano, do mesmo modo que enobrecer a três características desta região: sol, peixe e sal. Hans Christian Andersen chamou a Tróia a “Pompeia de Setúbal”.