A greve climática estudantil, que se realiza na sexta-feira em Portugal pela quarta vez, terá como principal objetivo mobilizar os jovens a participar na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP25).
Estudante do ensino secundário, Inês Aleixo vai viajar da Marinha Grande para participar na manifestação prevista para Lisboa.
A jovem foi uma das responsáveis pela organização da greve climática em Leiria, que se realizou no final de setembro, mas desta vez o seu trabalho está a passar por organizar e dar apoio a quem queira participar na ação de Lisboa.
“Desta vez tivemos menos tempo para preparar uma greve e por isso vamos aderir à de Lisboa”, contou à Lusa Inês Aleixo, defendendo que o anúncio da vinda a Portugal de Greta Thunberg “poderá mobilizar mais pessoas”.
Por um lado, a greve foi anunciada “em cima da hora”, segundo a organização, mas, por outro, a jovem ativista sueca Greta Thnuberg deverá visitar Portugal já na próxima semana.
A expectativa quanto ao número de participantes na greve climática que se realiza na sexta-feira não é muita, até porque vão aderir menos cidades, mas a organização considera que, neste momento, o mais importante não é contar pessoas.
“A greve foi anunciada um pouco em cima da hora, mas esperamos a presença de muita gente. No entanto, o principal agora não é o número de pessoas presentes, mas conseguir mobilizar o máximo de gente possível para a COP25”, que começa na próxima semana, contou à Lusa Alice Gato, uma das jovens envolvidas na organização da Greve Climática Global em Portugal.
Neste momento estão confirmadas greves em cinco localidades: Lisboa, Porto, Coimbra, Faro e Santa Maria, nos Açores. Estão também previstos outros tipos de ações em Penafiel, Évora e Caldas da Rainha, acrescentou.
Alice Galo contou à Lusa que há muitos jovens dispostos a viajar até às cidades, onde se vai fazer greve, para aderir ao protesto.
Inês Aleixo integrou organização da ação em Leiria
A jovem ativista sueca, Greta Thunberg, começou a faltar às aulas no ano passado para exigir medidas políticas do parlamento sueco. A sua ação tem inspirado milhões de jovens em todo o mundo.
A adolescente irá participar no COP25, que começa na próxima semana em Madrid, mas antes passa por Portugal.
Em Portugal, os protestos de sexta-feira vão servir também para convencer o máximo de pessoas a ir à COP25. Os protestos vão ter “uma componente muito mais artística”, acrescentou Alice Gato.
Em Lisboa, por exemplo, irão participar vários movimentos como o “Linha Vermelha” ou o “Red Rebel Brigade”, um grupo de ativistas conhecido pelas suas encenações silenciosas em que aparecem todos vestidos de vermelho.
Já o coletivo “Linha Vermelha” nasceu da vontade de lutar contra o problema da exploração de petróleo e gás natural e destacou-se quando decidiu costurar em tricot e crochet uma linha vermelha do comprimento do gasoduto, recordou Alice Gato.
O grupo contesta os dois contratos ativos para iniciar a prospeção de combustíveis fósseis em Portugal fazendo um furo na Bajouca e outro em Aljubarrota.
Na sexta-feira, o grupo irá levar a linha vermelha já tricotada para a transportar desde o Largo do Camões, onde começa o protesto, até ao largo em frente à Assembleia da República, onde termina.
Em Portugal, os ativistas exigem o encerramento das centrais de carvão, a paragem de quaisquer novos projetos que aumentem as emissões a nível nacional e a neutralidade de carbono em 2030.
Lusa