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Empresário de Porto de Mós quer retirar da rua os sem-abrigo em Montreal

Chama-se Herman Alves e tinha 12 anos quando, com a família, deixou a terra natal, Porto de Mós, e rumou ao Canadá. E lá, em Montreal, que assume agora o desafio de combater a pobreza, num projeto que pretende retirar das ruas os cerca de seis mil sem-abrigo existentes na cidade.

Chama-se Herman Alves e tinha 12 anos quando, com a família, deixou a terra natal, Porto de Mós, e rumou ao Canadá. E lá, em Montreal, que assume agora o desafio de combater a pobreza, num projeto que pretende retirar das ruas os cerca de seis mil sem-abrigo existentes na cidade.

“Esta causa dos sem abrigo toca-me muito porque os invernos são muito frios e em Montreal e há umas seis mil pessoas que não possuem uma residência fixa”, afirma Herman Alves, atualmente com 62 anos de idade.

No Canadá há 50 anos, o empresário e presidente do Clube Rotário de Montreal sublinha a importância da questão dos sem-abrigo: “é um problema que não pode ser esquecido”, mas “cabe sobretudo aos cidadãos controlá-lo e ajudar o máximo de pessoas afetadas”.

Herman Alves 

Com as temperaturas gélidas a chegarem a Montreal, com muitos com 30 graus negativos, Herman Alves salienta que os rotários integram uma plataforma de associações para “mostrar que partilhar a riqueza com os mais desfavorecidos da nossa sociedade” é um dever que cabe a todos.

“Queremos começar por lançar uma campanha com os Clubes Rotários, como um evento anual, para conseguirmos apoiar algumas instituições que auxiliam os sem-abrigo, para depois organizarmos algo de grande dimensão”, explicou, citado pela agência Lusa.

Esta vontade de Herman Alves em ajudar os sem-abrigo não é nova, surge desde 1989 quando um sem-abrigo perdeu a vida ao ser encontrado congelado no Parque Viger, na cidade de Montreal, um caso que chocou a cidade francófona.

O empresário do ramo da construção então envolveu-se na criação da instituição ‘Share the Warmth’, para angariar roupas para os sem-abrigo. “Eu conheci os fundadores da ‘Share the Warmth’ e fiquei tão sensibilizado com os seus esforços que percebi que tinha de fazer a minha parte”, explicou o empresário de Porto de Mós em declarações ao Montreal Gazzete, jornal da cidade onde está radicado.

O percurso de Herman Alves no país que o acolheu não foi isento de dificuldades. Enquanto estudava, trabalhou no serviço de entregas de uma loja, para ajudar a família a fazer face às despesas do dia a dia.

Posteriormente, veio a trabalhar no sector das telecomunicações e da restauração. E, desde cedo, sentiu a vontade de retribuir, apoiando os mais necessitados.

Desde 1989 que com a ajuda de muitos colaboradores, Herman Alves já angariou mais de 1.2 milhões de dólares canadianos (823 mil euros) canalizados em mecanismo sociais para combater a pobreza e esteve envolvido no projeto que converteu a igreja de Grace num centro comunitário.

Nota: notícia originalmente publicada na edição impressa de 21 de novembro. Notícia corrigida às 11h19 de dia 2 de dezembro, retirando a referência à capital do Quebeque.

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