O presidente da câmara da Figueira da Foz pediu apoio no desenvolvimento de vários projetos, incluindo a eletrificação da Linha do Oeste até ao município. Foto: Joaquim Dâmaso
A ministra da Coesão Territorial defendeu ontem, dia 11, a eletrificação da Linha do Oeste, que liga a Figueira da Foz a Lisboa, indo ao encontro de uma reivindicação do presidente da Câmara daquele município do distrito de Coimbra.Intervindo ontem na sessão de tomada de posse dos novos órgãos sociais da Associação Comercial e Industrial (ACIFF) e dirigindo-se a Ana Abrunhosa, o presidente da autarquia, Carlos Monteiro (PS), pediu o “apoio” da ministra no desenvolvimento de vários projetos que classificou de “determinantes” para o concelho, incluindo a eletrificação da Linha do Oeste até à Figueira da Foz.
Outros projetos são a ampliação da zona industrial da Gala, localizada a sul do rio Mondego – com o autarca a lembrar que a Figueira da Foz tem mais de 1.400 empresas e que o volume de negócios destas subiu no último ano 14% para cerca de três mil milhões de euros -, a criação de um aeroporto na região Centro, “se possível em Monte Real”, no distrito de Leiria, e melhoramentos nos portos comerciais e de pesca locais.
“Bem sabemos que estas matérias são tuteladas por outros ministérios, mas serão fundamentais para a coesão de Portugal”, argumentou Carlos Monteiro.
“Já levo aqui alguns recados para vários colegas [ministros]”, respondeu Ana Abrunhosa, na sua intervenção, sem no entanto detalhar o seu eventual apoio às reivindicações do presidente da Câmara Municipal.
Questionada pela Lusa, no final da sessão, sobre os projetos indicados pelo presidente da autarquia, a ministra da Coesão Territorial afirmou que se revê “em todos”.
“A eletrificação da Linha do Oeste é absolutamente vital para a competitividade das empresas”, enfatizou Ana Abrunhosa, manifestando “absoluta certeza” de que o ministro Pedro Nuno Santos, que tutela os investimentos nas infraestruturas ferroviárias “é um defensor” desse projeto.
“Tenho a certeza absoluta que é um projeto prioritário para ele, porque é um projeto que serve, não só o Oeste, serve as Beiras também”, reforçou Ana Abrunhosa.
Por outro lado, a ministra disse que um município industrial como o da Figueira da Foz “tem de ter, naturalmente, infraestruturas de localização empresarial e portanto a ampliação da zona industrial é absolutamente vital” e o porto comercial “tem de ser competitivo” e é “fundamental para o transporte de mercadorias, preservando o ambiente”.
“E têm-se feito investimentos no porto da Figueira da Foz nos vários quadros comunitários”, lembrou Ana Abrunhosa, que não se pronunciou, no entanto, sobre a reivindicação, comum a vários municípios, de um aeroporto na região Centro.
Já sobre outra reivindicação, esta do novo presidente da ACIFF, Nuno Lopes, que advogou a redução do areal e instalação de infraestruturas na praia da Figueira da Foz (a maior praia urbana da Europa, que no seu ponto mais largo tem mais de 700 metros), Ana Abrunhosa advogou que a decisão seja local.
“Não devo ter opinião, deve ser uma decisão das pessoas da Figueira da Foz”, disse Ana Abrunhosa, admitindo, no entanto, que o Governo possa vir a equacionar essa possibilidade “se for essa a decisão da comunidade da Figueira da Foz, até porque nós precisamos dessa areia noutros locais”.
“Se essa for a decisão da comunidade da Figueira da Foz, penso que tem de fazer o caminho de trabalhar com o Governo, porque o que poderá ser encarado como excesso na Figueira da Foz, é um défice noutras partes do território”, frisou a ministra.
Lusa