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Cantinho dos Bichos

Os coelhos que dormem com os donos, pedem comida e gostam de colo

Viver numa casa sem espaço exterior e querer um animal de estimação podem ser ideias contraditórias. Um coelho surge como solução ideal e cria verdadeiras ligações com o dono.

Mariana Flores é dona de Bunya, de 2 anos

Joana Pereira é veterinária e tem uma coelha de estimação

São pequenos, peludos e gostam de roer qualquer objeto. A seguir aos cães e aos gatos são um dos animais de estimação mais escolhidos. Estamos a falar de coelhos. Joana Pereira, médica na Clínica Veterinária dos Milagres, em Leiria, conta que tem visto cada vez mais pessoas com coelhos de estimação. “E não é por terem crianças pequenas, mas por elas próprias, já adultas, quererem”, explica ao REGIÃO DE LEIRIA. Os coelhos anões, a espécie mais escolhida, vivem cerca de 10 anos e podem criar verdadeiras ligações com os donos. Exemplo disso é o caso de Andreia Melo que admite já não saber viver sem os seus dois coelhos: Kora, fêmea de 2 anos, e Goku, macho de 1 ano. A jovem vive com o namorado num apartamento e antes de adquirirem os dois coelhos, já tinham uma cadela Pinscher, a Sushi, com 5 anos. A ideia era que Kora fizesse companhia à cadela. “A Sushi reagiu bem, só que é muito curiosa e só queria brincar. Como os coelhos são animais naturalmente assustadiços, qualquer movimento mais brusco assustava-os”, esclarece. Goku juntou-se mais tarde à família. Para Andreia Melo, os dois coelhos são membros da família e uma presença essencial durante a semana, quando está longe de casa, a frequentar o ensino superior. A jovem estuda Enfermagem Veterinária em Viseu e leva sempre um dos coelhos consigo. Nesta morada, os dois animais andam livres pela casa, sempre atrás da dona, pedem-lhe comida e dormem aos pés da cama. Andreia Melo conta que conseguiu ensinar a Kora e o Goku a fazer as necessidades apenas no recipiente destinado a isso e não precisa de se preocupar com “pequenas surpresas” deixadas pela casa. Também Mariana Flores viveu a mesma experiência com Bunya, uma coelha de 2 anos, que usa uma caixa de areia de gato e chega a dar sinais quando o local fica muito sujo. “Ela gosta de colo, dá beijinhos e é muito meiguinha”, descreve a dona. No entanto, é muito assertiva e a “chefe de todos” os animais que lhe fazem companhia no apartamento: dois gatos, dois cães e ratazanas domésticas. Mariana Flores vive com o marido e conta que foi numa ida às compras de comida para os restantes animais que viu Bunya pela primeira vez. No momento não a comprou, mas um mês depois, ao voltar à loja, não resistiu. “Nunca tinha sentido aquela conexão com um coelho, então trouxe-a”. Em casa, Bunya permanece numa marquise envidraçada “por uma questão de segurança”, para que não roa cabos elétricos nas restantes divisões. Tal como outros coelhos, Kora, Goku e Bunya gostam de brincar e reagem aos estímulos dos donos. Andreia Melo chega a ouvir os seus dois coelhos “fazer barulhinhos particulares, como o zumbido de uma abelha, quando estão felizes”. A veterinária Joana Pereira, dona de uma coelha de 3 anos, relembra alguns dos cuidados a ter. Os coelhos devem ter sempre feno à disposição e a ração em quantidade controlada, devido aos níveis de açúcar. O fundo da jaula deve ser coberto com palets, especialmente na zona da casa-de-banho. É também importante respeitar o plano de vacinação, que tem reforço anual e proceder à desparasitação mais do que uma vez por ano. Como qualquer animal de estimação, gostam da atenção e do carinho dos donos, e de muita brincadeira.   JM

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