No espaço de cinco dias três juvenis de foca-cinzenta apareceram na costa portuguesa e estão a ser acompanhadas pelo Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM-Ecomare).
O surgimento destes animais não é invulgar mas acontece, explica Marisa Ferreira, coordenadora do CRAM-Ecomare, “após os animais se tornarem independentes (são desmamados ao fim de 18-21dias) e iniciarem movimentos naturais de dispersão”, apanhando correntes que os trazem até à costa.
A primeira situação registada, a 29 de dezembro, foi em Alcobaça, na praia da Légua, localidade que acabou por dar nome à foca. A espécie apresenta problemas respiratórios e ferimentos que podem ter sido causados pelo arrojamento (por exemplo embate contra rochas), “escoriações que inspiram alguns cuidados”, explica a responsável.
Para iniciar o ano da melhor maneira, no dia 1 de janeiro, a foca começou a comer peixe por si e continua sob vigilância.
“Assim que estiver bem de saúde e sem medicação será transferida para um tanque para exercitar a natação e comer peixe na água. Será planificada a sua devolução assim que atingir 40 kg de peso”, mais ou menos quando atingir dois meses de idade, acrescenta Marisa Ferreira.
As outras duas focas resgatadas em Ovar e Sintra, pelo CRAM, receberam igualmente o nome das praias onde foram encontradas: Maceda e Pequena.
Já esta semana, o CRAM divulgou que na terceira semana de recuperação, as focas “já se alimentam sozinhas e estão a ganhar peso”. A foca Légua suspendeu a medicação e foi transferida para tanque para exercitar e ganhar peso. A Maceda foi também “transferida para um tanque onde tem acesso a água e continua a fazer tratamentos” e a Pequena permanece com os tratamentos, revelaram os responsáveis do Centro.
(Artigo publicado a 9 de janeiro de 2020 com atualização do ponto de situação dos animais, a 14 de janeiro, informação presente no último parágrafo).
Marina Guerra
Jornalista
marina.guerra@regiaodeleiria.pt