Ministro das Infraestruturas e da Habitação reiterou, na segunda-feira, no Parlamento, a disponibilidade do Governo para trabalhar no objetivo da região de Leiria abrir a BA5 à aviação civil
O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, continua a considerar que a abertura da Base Aérea nº5 (BA5) de Monte Real à aviação civil é a melhor solução para a região Centro.
Gonçalo Lopes reagia assim a Manuel Machado, presidente do Município de Coimbra, que afirmou, na segunda-feira, que a abertura da BA5, no concelho de Leiria, ao tráfego civil “é inexequível”, pois implicaria, designadamente por razões de segurança, “um investimento mais oneroso do que a construção de uma pista nova”.
A localização do novo aeroporto já está de algum modo definida, no âmbito dos mesmos estudos já efetuados, que apontam para uma área situada “a sul de Coimbra e a norte de Leiria”, adiantou Manuel Machado, escusando-se a especificar para “não induzir a especulação imobiliária” que essa informação poderá suscitar.
“Parece óbvio que, não só a proposta é completamente esdrúxula e irrealista, como Manuel Machado está isolado nesta ação, que terá fundamentos exclusivamente internos. A esmagadora maioria das forças vivas de Coimbra e da região Centro já se manifestaram a favor do aeroporto de Monte Real como a solução mais exequível e realista”, adiantou Gonçalo Lopes, também presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.
Em declarações à Lusa, o autarca sublinhou que o “próprio governo, através do primeiro-ministro e do ministro das Infraestruturas, também se pronunciou favoravelmente ao projeto de Monte Real, nos termos em que está apresentado”.
“Julgo que isso diz tudo. Lamento a posição de Manuel Machado, que não é coerente nem razoável, mas não é por morrer uma andorinha que se acaba a primavera”, rematou em declarações à agência Lusa.
Governo “com vontade” de abrir BA5 aos civis
Entretanto, no início da semana, o Governo voltou a manifestar-se “disponível para trabalhar no objetivo” da região de Leiria abrir a Base Área de Monte Real ao tráfego de aviões civis, segundo afirmou, na passada segunda-feira, dia 13, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
O governante, que respondia no Parlamento a uma questão colocada pelo deputado João Paulo Pedrosa (PS), eleito pelo círculo de Leiria, referiu: “Estamos muito disponíveis para ajudar a região na negociação com a Força Aérea para que a BA5 possa receber aviões civis”.
“Achamos que é uma reivindicação justa, que faz sentido e que é possível compatibilizar [aviação civil e militar]. Não há uma recusa liminar da Força Aérea, há trabalho para fazer, e nós estamos disponíveis para o fazer”, disse o ministro, destacando: “Como há interesse de investimento privado, ainda com mais vontade ficamos obviamente e, por isso, estamos disponíveis para trabalhar neste objetivo”.
As afirmações do ministro das Infraestruturas e da Habitação surgem na semana em que Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra anunciou que vai reunir-se com o Governo para discutir a localização e “construção de raiz” de um aeroporto na região centro, “perante a evidência”, em sua opinião, “de que a BA5 não é alternativa”, tal como o aeródromo Bissaya Barreto, em Coimbra.
(Notícia atualizada no dia 16 de janeiro de 2019 com declarações do ministro Pedro Nuno Santos no Parlamento)