“Leiria poderá ficar no mapa da televisão digital a três dimensões, com alguma profundidade”. Quem o assegura é Pedro Assunção, investigador da delegação de Leiria do Instituto de Telecomunicações (IT), um núcleo que está sedeado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria.
Uma dezena de investigadores desenvolve, há quase dois anos, vários estudos na área da transmissão de televisão digital a três dimensões. E é já a unidade do género mais relevante a nível nacional. “Não existe em Portugal outro grupo desta dimensão”, refere o investigador do IT, Sérgio Faria que acrescenta que contam ainda com a colaboração de quatro investigadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que, em parceria com a unidade de Leiria, desenvolvem estudos nesta área.
Actualmente, a tecnologia existente ainda apresenta muitas necessidades de aperfeiçoamento. E é precisamente aqui que os investigadores leirienses estão apostados em assegurar um lugar de relevo no mapa nacional nesta área. “Existem algumas coisas em termos de tecnologia que são rudimentares já a funcionar, mas há muito para fazer, há uma margem enorme para evoluir”, sublinha Pedro Assunção. Um dos problemas da transmissão de televisão digital em 3D centra-se na existência de erros – falhas na transmissão – que resultam na perda da sensação de profundidade. O núcleo de Leiria está precisamente a estudar métodos de melhor cancelar estes erros, levando em conta a forma como estes são percebidos pelo telespectador. Os resultados alcançados mereceram já o reconhecimento da comunidade científica, de tal forma que serão apresentados em Dezembro, no Japão, numa das mais relevantes conferências a nível mundial.
A compressão de vídeo 3D é outra das componentes da investigação. Sérgio Faria acredita que é desta que a tecnologia 3D se vai democratizar: “há televisores e conteúdos”, explica. Significa isto que estão criadas as condições para que em Leiria se continue o trabalho. “Com a pressão do mercado, abrem-se novas áreas de investigação”, explica. Já o investigador Nuno Rodrigues enfatiza o facto de grande parte dos novos investigadores serem provenientes do curso de engenharia electrotécnica da ESTG, um sinal da qualidade da formação ministrada.