O que é a próstata aumentada?
Trata-se do aumento benigno das dimensões da próstata, que é uma glândula sexual localizada abaixo da bexiga, circundando a uretra. Também é chamada hiperplasia benigna da próstata (HBP).
Quais são os principais sinais de alarme?
Os sintomas mais frequentes são o jato urinário fraco, a necessidade de urinar com mais frequência ou durante a noite, e a necessidade súbita de urinar. Geralmente, os sintomas surgem de forma progressiva ao longo de vários anos. Numa fase avançada, pode ocorrer incontinência (perda de urina) ou retenção urinária (incapacidade de urinar).
Há fatores de risco relevantes?
Há dois fatores inequívocos: a idade e o estado hormonal. A HBP está intimamente ligada ao envelhecimento, sendo necessária produção de testosterona (a hormona sexual masculina) para que esta ocorra.
É possível prevenir?
Não podemos prevenir o aparecimento da HBP, mas é possível e desejável prevenir a progressão da doença ou o aparecimento de complicações. Assim, a partir do momento em que começam a ter os primeiros sintomas, os homens devem ser devidamente avaliados pelo médico de família ou urologista.
Qual é a taxa de prevalência?
É muito elevada e aumenta com a idade. Pode afetar até 60% dos homens com 60 anos e 80% dos homens com 80 anos. No entanto, só cerca de metade destes têm sintomas e necessitam de tratamento.
Existe algum rastreio para deteção precoce?
Para a HBP, não é necessário rastreio. Contudo, como muitos homens fazem vigilância para diagnóstico precoce do cancro da próstata, o aumento benigno acaba por ser encontrado neste contexto.
A próstata aumentada tem relação com o cancro da próstata?
Não, são duas doenças diferentes. Um homem com HBP não tem risco aumentado de vir a desenvolver um cancro da próstata, face a um homem sem HBP. Contudo, há casos duvidosos, em que será necessária alguma investigação para determinar qual das doenças tem um determinado homem.
Tem tratamento?
Sim. Hoje em dia, a maioria dos doentes é tratada de forma muito eficaz com medidas simples (adequar a ingestão hídrica, tratar a obstipação, evitar café ou comidas picantes, etc) e/ou medicação específica. Quando isso não é suficiente, ou quando existem sinais de complicações, está recomendada a cirurgia, para a qual existem hoje técnicas sofisticadas, com elevado sucesso e baixos riscos.
(Artigo publicado originalmente no Diretório de Saúde 2019 do RL)