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Covid-19

Covid-19: Docente nos EUA descreve ida ao supermercado como “caótica”

Com Estado de Emergência declarado nos EUA, escola onde Raquel Martins Rosa trabalha vai encerrar nas próximas quatro semanas

“Isto só me faz lembrar o que vemos nos filmes de terror. Pessoas em casa, uma doença para a qual ninguém está preparada e supermercados sem produtos. E não é de agora, há várias semanas que há produtos esgotados”.

O testemunho é de Raquel Martins Rosa, emigrante em Nova Jérsia, Estados Unidos da América, e que está a acompanhar a evolução da Covid-19 nos EUA mas também em Portugal onde reside a sua família.

Raquel Martins Rosa explica que medidas de higienização estão a acontecer há vários dias nas escolas, mesmo sem casos registados

Com uma viagem prevista para as próximas semanas para Portugal, Raquel Martins Rosa ainda não sabe se a irá realizar. A suspensão que Donald Trump aplicou aos voos provenientes de e para a Europa não a impede de viajar, pois tem dupla nacionalidade, mas o risco de contrair o vírus, a quarentena que terá de cumprir no regresso e o contacto com um familiar direto, que tem uma doença oncológica, são algumas das razões que a fazem ponderar. “Ainda não sei se vou”, diz.

Formada na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, do IPLeiria, Raquel Martins Rosa é professora em Long Branch, no estado de Nova Jérsia, e a escola onde trabalha, com cerca de 1.500 alunos, anunciou o encerramento este sábado por quatro semanas, uma medida imposta pelo departamento de saúde do Estado, depois de praticamente todas as escolas já terem decretado o encerramento.

“Temos muitos alunos que pertencem a grupos económicos desfavorecidos e esse era um dos motivos por que a escola ainda não tinha fechado. Mas todos os dias assim que as aulas terminam, e mesmo sem casos registados, entram as equipas de limpeza e desinfetam tudo. De tal maneira que, no outro dia, ainda se sente o cheiro dos desinfetantes”, descreve ao REGIÃO DE LEIRIA.

Nos supermercados o ambiente “é caótico” e produtos como papel higiénico, carne de galinha ou de peru são os primeiros a esgotar. Também os produtos de limpeza e desinfetantes estão a ter elevada procura, explica. Sem encontrar justificação para o fenómeno, os dados norte-americanos revelam ainda que “a compra de armas também disparou”, refere.

Já as deslocações ao consulado português só podem ser feitas mediante marcações, partilha a docente, que todos os anos passa férias na Nazaré.

Nos EUA, onde sexta-feira foi declarado o Estado de Emergência, o número de infetados era, no sábado, de 2.486 e os casos de morte atingiram 51 pessoas.

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