A Organização Regional de Leiria do PCP exige mais apoios do Governo para os pescadores de Peniche e da Nazaré fazerem face às quebras do preço do pescado nas lotas devido aos impactos da pandemia covid-19.
“Além de questões como a necessidade de se garantir medidas de proteção aos trabalhadores da pesca que continuam a laborar, um dos principais problemas neste momento é a acentuada quebra de rendimento por via da desvalorização do pescado na primeira venda, o que tem determinado a paragem de muitas embarcações de pesca”, alerta o PCP em nota de imprensa, enviada ontem para as redações.
De acordo com os comunistas, enquanto nas lotas de Peniche e Nazaré, “as quebras de preço de espécies com alto valor comercial chegaram aos 50%” em espécies como o cherne, goraz, espadarte ou robalo, “na grande distribuição, os preços não sofrem praticamente alterações”.
Para o PCP, as medidas anunciadas pelo Governo para este setor “são manifestamente insuficientes”, “limitando-se” a criar linhas de crédito, suspender taxas de acostagem e alargar a mais pescadores o Fundo de Compensação Salarial (FCS).
Ao explicar que o FCS se destina a compensar os trabalhadores da pesca quando ficam em terra por causa de intempéries ou barras fechadas, o PCP defende que “os apoios específicos para enfrentar” a pandemia “devem ser garantidos por via do Orçamento do Estado e não esvaziando o atual FCS”.
Os comunistas alertam também para a necessidade de não haver atrasos na definição da quota da sardinha para este ano e de a frota do cerco ser compensada por eventuais quebras no preço da sardinha decorrentes do cancelamento das festas dos santos populares.