O grupo Leirena Teatro vai organizar um festival para levar artes performativas ao espaço público e a lares e instituições de solidariedade social de seis freguesias do concelho de Leiria durante os meses de maio, junho e julho.
“Estado de excepção” é o nome do festival que terá 40 momentos e que, segundo o diretor do Leirena Teatro, tem intenção de levar arte até ao público, sobretudo a quem está confinado em lares e instituições, servindo ainda para apoiar artistas na área da performance e do teatro.
Segundo Frédéric da Cruz Pires, “Estado de excepção” decorrerá nas ruas e praças, “até em cima da carrinha do Leirena”, onde artistas vão atuar para público nas janelas, varandas e jardins privados, “de modo a evitar deslocação de pessoas para assistir”.
O responsável explica à agência Lusa que o festival “respeitará todas as condições de segurança” e está autorizado pelas entidades de segurança e municipais desde que “não envolva aglomerados de mais de dez pessoas, contando com técnicos e artistas”.
A população será avisada antecipadamente da realização das apresentações e alertada das limitações. “Caso haja um aglomerado em número superior a dez pessoas, será comunicado um aviso. Caso o aglomerado se mantiver, será dada a atividade como terminada”, acrescenta.
A estreia é dia 8 de maio, sexta-feira, na AMITEI – Associação de Solidariedade Social de Marrazes, às 15 horas, numa peça com o próprio Frédéric e também com o autor Diogo Binnema e o músico Tiago Ferreira. Também ao início da tarde dos dias 9 e 10 de maio, há teatro no lar do Centro Social Paroquial dos Pousos e na Associação de Desenvolvimento e Bem Estar Social da Freguesia da Barreira, respetivamente.
“Não vamos tocar em ninguém, ninguém pode tocar nas nossas coisas. Não vamos entrar dentro das instituições. Vamos só ao exterior, onde vamos apresentar as coisas”, reforça o ator, que lembra haver “muita gente que não sabe mexer na internet ou numa rede social” e que, por isso, “é preciso levar cultura às pessoas”.
Num momento em que “os idosos estão numa situação muito difícil”, porque estão longe das famílias, “a cultura pode dar-lhes um pouco de alegria”.
“Portugal é o que é graças a eles. Muitos são pessoas que passaram pela guerra colonial, que foram a salto para o estrangeiro, sofreram bastante e não os podemos deixar abandonados. Não pode ser, é desumano”, frisa.
O projeto assume-se solidário também com os artistas: “Perante a periclitante situação financeira dos artistas optámos por repartir o orçamento que tínhamos para o festival Novos Ventos, que não se pode realizar devido à pandemia, por 40 apresentações de média duração, a realizar por artistas do distrito de Leiria e dos distritos vizinhos”.
Para tal, foi aberta uma open call, convidando artistas do distrito de Leiria e dos distritos vizinhos que queiram participar neste “Estado de excepção”, que vai acontecer nas uniões de freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, de Marrazes e Barosa, de Monte Real e Carvide, de Santa Eufémia e Boa Vista e nas freguesias do Arrabal e Bidoeira de Cima. O festival conta com o apoio do município de Leiria.
Os artistas interessados em participar no programa de “Estado de excepção” podem contactar o número 911 989 754 ou o e-mail diretor@leirenateatro.pt.