O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) alertou para o risco de os veraneantes usufruírem mais do pinhal, tendo em conta o limite de pessoas nas praias devido à pandemia de covid-19.
“Se este é um ano diferente, por causa do fenómeno da pandemia, poderá também ser de maior risco, porque se as praias vão estar limitadas na sua utilização, muitas pessoas irão para a floresta e para o pinhal e poderão aí ter focos de problemas suplementares”, advertiu o presidente da CIMRL, Gonçalo Lopes, na sexta-feira, na apresentação do Plano de Operações da região, no Centro de Meios Aéreos de Porto de Mós, onde está estacionado um dos meios helitransportados de combate a incêndios.
Com 10 câmaras de videovigilância que cobrem “mais de 70%” do território da CIMRL – Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal, Porto de Mós – este projeto sofreu “melhorias significativas”, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
“Através de algoritmos trabalhados por universidades e politécnicos, ajudou a eliminar redundâncias. As câmaras informam sobre o que significa determinada coluna de fumo detetada (se é um incêndio ou fumo de um veículo velho, por exemplo), assim como a humidade relativa, o vento e a sua direção e a temperatura”, explicou o comandante operacional distrital, Carlos Guerra.
Toda esta informação é “um apoio à decisão” de todo o contexto do incêndio.
A CIMRL tem ainda duas torres de videovigilância, que precisam de autorização para entrarem em funcionamento.
“Quando estiverem a funcionar, o território terá 94% de cobertura”, adiantou Carlos Guerra.
“Este projeto da videovigilância da prevenção dos incêndios e gestão da floresta é notável. A instalação das câmaras é um fator não só de segurança mas também vital para a prevenção e ataque inicial, que permite saber o sítio exato onde se podem posicionar os meios”.
Gonçalo Lopes, presidente da CIMRL
Este ano, o dispositivo de combate a incêndios rurais conta ainda com o apoio de dois drones e de uma ferramenta digital partilhada, com informação sobre “os militares de prevenção, as ocorrências no país, os avisos do IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera], risco de incêndios e até a segurança dos meios aéreos”, adiantou o comandante do Centro de Meios Aéreos, Rui Teixeira.
Carlos Guerra anunciou ainda o apoio de duas câmaras de vigilância móvel, que poderão ser alocadas ao teatro de operações e dar uma imagem do incêndio, que de outra forma não seria possível tê-la.
“Será uma mais-valia no apoio à decisão do posto de comando, que irá monitorizar essas imagens”.
As tecnologias são uma das mais-valias que todo o dispositivo de Leiria poderá tirar partido no apoio à decisão, salientaram Carlos Guerra e Rui Teixeira, acrescentando que as fotografias que possam ser tiradas pelos tripulantes do meio aéreo contribuem para uma simulação do comportamento do incêndio.
Segundo dados provisórios parciais apresentados por Rui Teixeira, 110 freguesias dos 16 concelhos do distrito de Leiria já foram fiscalizadas de 18 de fevereiro a 31 de março.
No entanto, com o prolongar do limite da data para limpeza dos terrenos, ainda não foram levantados quaisquer autos.