A Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED) afirmou hoje ter escolhido a via do diálogo para encontrar soluções para o setor, nomeadamente isenções fiscais e apoios diretos, não colocando de parte recorrer a manifestações.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da APED, Francisco Bernardo, avançou que as reuniões que hoje manteve em Lisboa com representantes dos grupos parlamentares do Bloco de Esquerda, PCP e PS deram para “concluir que estão sensibilizados” para aquilo que o setor pretende como solução.
“Concordam com o que estamos a pedir e que acham que faz sentido. Disseram que iam desenvolver trabalho, apresentando projetos de resolução e até projetos de lei com as medidas que nós pedimos”, adiantou Francisco Bernardo, acrescentando que na semana passada já tiveram reuniões semelhantes com o PSD e o CDS-PP.
Francisco Bernardo afirmou ainda que, numa fase inicial, a APED pede ao Governo, liderado pelo socialista António Costa, “isenção a nível fiscal em algumas taxas e apoios sociais” na fase em que estão paralisados e, mais para a frente, sublinhou que estão a “trabalhar num plano com medidas de contingência que seja possível aplicar nestes recintos itinerantes e provisórios”.
“Sabendo que os eventos estão todos cancelados, [trabalhamos para] arranjar uma alternativa junto dos municípios para iniciar a atividade, sabendo também de antemão que não vai ter o mesmo impacto económico nestas empresas. As empresas não vão ter a mesma rentabilidade do passado”, considerou.
A APED, com sede em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, agrega cerca de 800 empresas, na sua maioria familiares, que dependem ativamente da realização e organização de eventos, como festas, feiras e romarias.
A associação tem reclamado medidas de apoio do Governo para “o período de carência” das empresas de diversão itinerantes devido à falta de meios de subsistência, tendo já reunido com o secretário de Estado do Comércio, João Torres.
A APED já reuniu igualmente com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) que manifestou “abertura para sensibilizar” as autarquias e o executivo no sentido de apoiarem as empresas de diversão a atenuarem os prejuízos provocados pela pandemia.
A associação quer que as câmaras municipais, através da ANMP, viabilizem a “organização de pequenos parques de diversão e restauração” no contexto da pandemia de covid-19.
Francisco Bernardo demarcou-se ainda das ações tomadas nos últimos dias por parte da recém-criada Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC), cujo presidente ocupou no passado a presidência da APED não tendo sido reconduzido no cargo, nomeadamente das manifestações em Lisboa reclamando apoios ao Governo.
“Ninguém está contra o direito de se manifestarem, mas a APED tem um plano, um ‘timming’ e enquanto o diálogo está a decorrer não queremos seguir para estes meios, apesar das manifestações não estarem de fora das nossas hipóteses”, frisou, dizendo não se rever nos ideais da APIC.