Abelhas, borboletas, besouros, escaravelhos e joaninhas são algumas das espécies mais conhecidas de insetos polinizadores. Apesar de passarem despercebidos nos vasos das varandas, janelas e jardins, eles voam de planta em planta e permitem a sua reprodução.
Foi com o objetivo de estudar e conhecer melhor a distribuição desses insetos em Portugal que o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto e o Parque Biológico de Gaia arrancaram com o projeto “Polinizadores de Portugal”. Entre 16 e 24 de maio, os cidadãos foram convidados a fotografar as espécies que observaram nas suas casas ou em passeios e inserir as imagens na plataforma “BioDiversity4All”.
O grupo Aves da Batalha aceitou o desafio e o resultado foi positivo. Perto de 12 cidadãos contribuíram com 100 registos no concelho, tendo sido identificadas 60 espécies. Para João Tomás, responsável no grupo, os números são “bastante bons”, considerando que os insetos polinizadores “não são muito bem vistos ou ninguém lhes liga”. No entanto, acredita que “houve pessoas que ao olharem de forma mais atenta, acabaram por ver que eles têm muitas cores e que são engraçados”. João Tomás explica que sem as espécies polinizadoras, que vão desde os insetos a algumas aves e até mamíferos, os ecossistemas “não são viáveis”, uma vez que 80% das plantas precisam delas para se reproduzirem.
No distrito de Leiria foram registadas 118 espécies na plataforma, no período em que decorreu a iniciativa, num total de 190 observações de 31 cidadãos. Estes dados serão importantes para construir a primeira lista vermelha de invertebrados em Portugal que define o “estatuto de conservação de cada espécie num determinado período”.
A plataforma continua aberta e qualquer cidadão pode criar registos de plantas, mamíferos, répteis, aves, insectos, entre outros, e contribuir para o conhecimento das espécies.