Cinco artistas portugueses vão participar no primeiro Festival Artístico de Linguagens Urbanas (FALU), que decorrerá nas Caldas da Rainha de junho a outubro, numa parceria entre a câmara municipal e a Associação Riscas Vadias.
Bordalo II, Add Fuel, Akacorleone, Daniel Eime e Nuno Viegas são os cinco artistas convidados da edição que pretende “levar novas linguagens da cultura urbana às ruas da cidade”, disse à agência Lusa Ricardo Romero, da Associação Riscas Vadias.
A ideia do nome FALU “surge da semelhança fonética entre o elemento figurativo característico da cidade: o falo, assim como da palavra falo, de falar, comunicar, expressar”, explicou a organização do evento, considerando tratar-se de “um jogo de palavras que facilmente [se consegue] associar às Caldas da Rainha, mas que ao mesmo tempo tem múltiplos significados”.
Numa edição “exclusivamente dedicada a artistas portugueses, devido às restrições impostas pela pandemia”, o FALU vai arrancar no dia 09 de junho e prolongar-se até outubro com “cada um dos artistas a passar cerca de uma semana na cidade a fazer a sua obra”, sendo que o último, Bordalo II, intervirá “quando se espera que a Escola Superior de Arte e Design (ESAD) já esteja a funcionar, para criar uma ligação com os alunos de artes”.
A curadoria do FALU estará a cargo de Daniel Eime, que tem desenvolvido o seu percurso um pouco por todo o mundo e “é hoje reconhecido pelos seus murais de grande escala e pelo uso de ‘stencils’ bastante detalhados, onde retrata personagens intrigantes que lançam olhares enigmáticos”, divulgou a organização num comunicado.
No total, serão feitos seis murais, cinco na freguesia de Nossa Senhora do Pópulo e um em Santo Onofre, todos com tema livre, mas procurando “respeitar as referências identitárias da cidade” e fazer uma ligação à Rota Bordaliana que integra diversas figuras de Bordalo Pinheiro, à escala humana.
O sexto mural sairá do envolvimentos de artistas locais ou a residir nas Caldas da Rainha, desafiados pela organização a apresentarem as suas candidaturas até ao final de junho e a habilitarem-se a “ocupar a última parede do projeto”, explicou o organizador.
A iniciativa, realizada em parceria com a câmara municipal, surge na sequência da nomeação de Caldas da Rainha a Cidade Criativa da Unesco, em 2019.
A ideia é “repetir o festival todos os anos” e criar “um roteiro de cultura urbana”, concluiu Ricardo Romero.